Num esforço para aliviar a escassez de mão de obra na área médica, o Centro Médico Internacional Chubu, na cidade de Minokamo (Gifu), está se concentrando na contratação de pessoas com raízes estrangeiras que vivam localmente.
Nessa cidade multicultural, onde a proporção de residentes estrangeiros é superior a 10% da população, com um dos índices mais elevados do Japão, muitos dos pacientes também são de outros países.
Dentre esses mais de 10%, os brasileiros e filipinos representam 80% deles. E o percentual de estrangeiros de Minokamo é também o maior da província.
A percentagem de residentes permanentes, que não têm restrições quanto ao período de residência ou à área de trabalho, é elevada, de 47%, e muitos instalaram-se na área.
Sendo um hospital responsável pela assistência médica regional, os recursos humanos com raízes estrangeiras tornaram-se indispensáveis.
“Nunca pensei que seria capaz de trabalhar em um hospital”, disse Letícia Yamabe (ヤマベ・ビンダ・クニワキ・レチシア), brasileira, uma das funcionárias.
Letícia veio ao Japão quando tinha apenas 9 anos. Atualmente reside na cidade com sua família de 4 pessoas, sendo o marido e duas filhas. Trabalha como auxiliar de enfermagem no Centro Médico Internacional Chubu (中部国際医療センター).
Depois de ter passado por um período de experiência desde outubro do ano passado, tornou-se funcionária de tempo integral em abril deste ano, incluindo o revezamento no turno noturno.
Suas tarefas incluem auxiliar os pacientes internados para irem ao banheiro, por exemplo, entre outras tarefas.
“Achei que trabalhar em uma fábrica era a única opção para os brasileiros. Nunca tinha pensado em trabalhar em um hospital até agora. Fiquei um pouco nervosa, mas gosto de ajudar as pessoas, então estou feliz em poder trabalhar”, declarou.
O que levou esse hospital a começar a recrutar auxiliares de enfermagem foi o período de vacinação contra a Covid-19.
Afinal, há questões importantes, como o idioma e a cultura, a cargo dos intérpretes da área médica, pois a instituição atende 18 mil pacientes estrangeiros por ano.
Fonte: Asahi Shimbun