Pesquisadores japoneses confirmaram uma maneira de prever o surgimento da doença de Alzheimer com alto grau de probabilidade, ao verificar se há no sangue a presença de um certo tipo de proteína incomum que causa a doença.
Um grupo de pesquisadores na Universidade de Tóquio, incluindo o professor Takeshi Iwatsubo, publicou as descobertas no jornal médico Alzheimer’s Research & Therapy na quinta-feira (23).
O estudo mais recente aumenta esperanças de que se médicos puderem identificar com antecedência quem pode estar sob risco de desenvolver Alzheimer, ela pode ser tratada cedo.
Sabe-se que quando pacientes desenvolvem Alzheimer, um certo tipo de proteína, chamada beta-amiloide, se acumula no cérebro bem antes do surgimento da doença.
Um exame por PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) também pode detectar a amiloide-beta, mas instalações médicas que podem conduzir tais verificações são limitadas, e o teste pode ser caro. A pesquisa da Universidade de Tóquio oferece um método de detecção alternativo através do uso de testes de sangue.
Os pesquisadores verificaram a proteína beta-amiloide em 474 pessoas que não tinham desenvolvido a doença e compararam os resultados de um exame PET e o de sangue.
Usando uma combinação de dois tipos de proteína (amiloide-beta e a proteína tau plasmática fosforilada ou p-tau271) os pesquisadores conseguiram detectar a quantidade de beta-amiloide presente no sangue com uma precisão de 90% ou mais.
Embora pesquisadores na Suécia já tenham publicado descobertas similares, o novo estudo mostra que o método funciona independentemente da etnia, disseram.
Em 2022 estimava-se que 4,4 milhões de pessoas no Japão tinham demência, com o número podendo aumentar para 6,6 milhões em 2060, de acordo com dados do governo.
Mais de 60% das pessoas que desenvolveram demência têm Alzheimer, mostram dados do Ministério da Saúde.
Em setembro, o ministério aprovou o uso do lecabemab, o primeiro medicamento que reduziu a evolução da doença de Alzheimer, desenvolvido pela farmacêutica japonesa Eisai e a empresa dos EUA Biogen.
Fonte: Japan Times