O Ministério de Terras, Infraestrutura, Transporte e Turismo do Japão (MLIT) confirmou que os 6 casos de fraude encontrados na Toyota Motor não se baseiam apenas nos padrões de designação do modelo do país, mas também nos da Coreia do Sul, Europa e em outros países, para a produção em massa.
Segundo o MLIT, as fraudes encontradas nos 6 modelos da Toyota Motor violam os padrões das Nações Unidas, adotados por 62 países e regiões do mundo.
Ou seja, o Japão e as Nações Unidas têm as mesmas normas para a designação de modelos dos veículos e, se houver irregularidades semelhantes nos carros produzidos no exterior, existe uma grande possibilidade da produção em massa ser suspensa na Europa ou em outros países.
Uma semana se passou, até segunda-feira (10), após a divulgação das fraudes das 5 montadoras – Toyota, Mazda, Honda, Suzuki e Yamaha – e o MLIT deverá considerar sanções administrativas com base na Lei dos Veículos de Transporte Rodoviário com base nos resultados das inspeções in loco em cada empresa.
Conforme a explicação do MLIT sobre os padrões para avaliação do modelo para produção em massa, se o veículo obtiver essa designação no Japão, poderá obter a certificação em 61 outros países, incluindo Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Coreia do Sul e outros, sem a necessidade de repetir os testes semelhantes. Isto é chamado de reconhecimento mútuo e alivia o fardo dos fabricantes que se expandem no exterior.
Onde está a fraude da Toyota sob o ponto de vista do MLIT
Os seis modelos da Toyota cujos testes foram considerados fraudulentos são:
- Proteção dos ocupantes em colisões deslocadas (dianteiras parciais)
- Proteção da cabeça e das pernas dos pedestres
- Colisões traseiras
- Potência do motor
Esses itens dos testes estão incluídos nos 43 padrões das Nações Unidas.
Por outro lado, a Toyota havia alegado que alguns dos testes foram realizados sob condições mais severas do que os padrões nacionais e que não têm impacto na segurança. No entanto, o MLIT avaliou que “não podem ser considerados categoricamente mais severos”. ”
Em relação ao item 2, a Toyota afirmou que o ângulo de impacto utilizado nos testes foi de 65º em vez de 50ºC do padrão do MLIT, dizendo que 65º é muito mais rigoroso.
Porém, segundo um porta-voz do MLIT, se os testes foram ou não mais rigorosos em termos de segurança, dependem de fatores como o formato do capô e não podem ser determinados de forma definitiva devido a diferenças de ângulo.
A fonte do MLIT acredita que alguns dos outros testes que a montadora afirma terem sido mais rigorosos “não podem ser considerados categoricamente mais rigorosos e há uma grande possibilidade de que sejam considerados fraudulentos na Europa e em outros lugares”.
Montadoras apelam para a racionalização do sistema e o risco de recall nacional e internacional
À luz da fraude, as montadoras apelaram mais uma vez à “racionalização do sistema” na perspectiva da competitividade internacional. No entanto, existe uma forte preocupação dentro do MLIT de que, se o número das normas nacionais que diferem das normas das Nações Unidas aumentar, o reconhecimento mútuo não será concedido e a expansão no exterior será afetada.
As 5 montadoras, incluindo a Toyota, afirmaram que os 38 modelos de automóveis para os quais a fraude foi revelada “estão em conformidade com as normas nacionais e são seguros para continuar a conduzir”, mas o MLIT irá realizar os seus próprios testes. Se for descoberta a não conformidade com as normas, existe o risco de que isso possa levar a recalls tanto a nível nacional como internacional.
Padrões das Nações Unidas
Os padrões internacionais de segurança e ambientais para certificação da designação dos modelos dos veículos foram estabelecidos através de deliberação das autoridades reguladoras e das organizações industriais em cada país com base em acordos adotados pelas Nações Unidas.
Para um veículo de passageiros, são 43 itens, incluindo freios, velocímetros e ruído, e o Japão adotou todos eles. Devido às diferenças nas condições das estradas, não existem padrões das Nações Unidas para quatro itens, como dimensões e peso, que são exclusivos do Japão.
Fonte: Yomiuri