Na terça-feira (26), o primeiro-ministro Shinzo Abe pediu às empresas que aumentassem os salários em 3% ou mais, mantendo pressão sobre as firmas para gastar mais seus enormes montantes de dinheiro em salários para ampliar os benefícios de suas políticas de estímulo conhecida como “Abenomics”.
“Devemos sustentar e fortalecer o ciclo econômico positivo do Japão no próximo ano para alcançar nossa meta de conter a deflação de longa data”, disse Abe em um discurso durante uma reunião do maior lobby de negócios do Japão, o Keidanren.
“Para isso, gostaria de pedir às empresas que aumentassem os salários em 3% ou mais na próxima primavera”, disse ele.
Os salários em grandes empresas vêm crescendo um pouco mais de 2% a cada ano desde 2014, mostram dados do governo, e um aumento de 3% ou mais no próximo ano ajudaria o BOJ – Banco do Japão a alcançar sua difícil meta de inflação de 2%.
O governador do BOJ, Haruhiko Kuroda, disse na mesma reunião que as empresas continuam hesitantes em aumentar os salários porque elas haviam se acostumado a priorizar a segurança no trabalho sobre os aumentos salariais durante 15 anos de deflação.
Sadayuki Sakakibara, presidente do Keidanren, não fez referência a salários em seu discurso na reunião, e focou ao invés disso na necessidade para o Japão colocar em ordem sua situação fiscal.
“Gostaríamos de chamar a atenção sobre a necessidade de restaurar a saúde fiscal”, enquanto as preocupações em relação à sustentabilidade do sistema de bem-estar social do Japão poderia desencorajar os consumidores a gastarem, disse ele.
As políticas de estímulo de Abe ajudaram a aumentar os lucros corporativos e sentimento de negócios ao pressionar os preços das ações e enfraquecer o iene. Contudo, as empresas continuam relutantes em aumentar salários e preços, citando uma incerteza na perspectiva econômica.
Fonte: Agência Reuters Imagem: Bank Image