Ataque dentro de shinkansen traz de volta debates sobre segurança e conveniência no Japão

Três pessoas foram atacadas por homem com faca dentro do trem-bala. O passageiro que morreu tentou proteger as duas mulheres que ficaram feridas.

Patrulhas e instalação de câmeras de segurança em trens aumentaram desde meados de 2015, quando um homem ateou fogo ao próprio corpo dentro de um shinkansen (imagem ilustrativa)

O ministério dos transportes pediu a operadoras ferroviárias na segunda-feira (11) que intensifiquem as medidas de segurança após um homem ter sido morto e outras duas mulheres terem ficado feridas em um ataque aleatório com faca dentro de um trem-bala lotado, revivendo debates sobre como balancear a conveniência do passageiro com a segurança.

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Patrulhas em estações e instalação de câmeras de segurança em trens aumentaram desde junho de 2015, quando um homem de 71 anos ateou fogo ao próprio corpo dentro de um shinkansen. Ele e um outro passageiro morreram, incitando temores sobre a fraca segurança nesses trens de alta velocidade.

O ataque

O ataque ocorreu por volta das 22h de sábado (9) no vagão Nº 12 do trem-bala que viajava entre as estações de Shin-Yokohama e Odawara, ambas na província de Kanagawa.

Acredita-se que o suspeito, Ichiro Kojima, de 22 anos, tenha atacado as duas mulheres antes de esfaquear Kotaro Umeda, de 38, no peito e ombros quando ele tentou protegê-las. Umeda morreu posteriormente em um hospital de Odawara.

Havia 880 passageiros a bordo do Nozomi 265, o último trem do dia com destino a Shin-Osaka, de acordo com a Central Japan Railway (JR Central).

Verificação de bagagens

Enquanto muitas pessoas apontam a falta de medidas de segurança em serviços de trens-bala, a verificação de bagagem da mesma maneira que é realizada em aeroportos é amplamente vista como impraticável devido ao grande número de passageiros.

A JR Central, que opera trens na linha Tokaido Shinkansen que conecta Tóquio e Osaka, disse que uma média de 446 mil passageiros usaram seus trens a cada dia no ano fiscal de 2015. Os números se comparam a cerca de 170 mil passageiros domésticos a cada dia no Aeroporto de Haneda, o mais movimentado do Japão.

“Precisamos de verificações de bagagem, visto que incidentes podem ocorrer no futuro”, disse um homem de 40 anos que seguia de Tóquio para Kobe na segunda-feira.

“Ao contrário de aviões, há muitos usuários de trem-bala. Eu não acho que seja possível instalar mesmo detectores de metais”, disse uma mulher de 32 anos que sempre usa o trem-bala para viagens de negócio.

“É hora não somente para a JR como também para os passageiros pensarem a respeito se é melhor manter a conveniência do trem-bala, como um trem para pessoas que viajam entre a casa e o trabalho, ou apertar a segurança”, disse Jun Umehara, jornalista ferroviário se referindo às operadoras.

Ataque aleatório

Kojima, que foi preso após a polícia ter invadido o trem, foi encaminhado para a promotoria na manhã de segunda-feira (11) sob acusação de assassinato. Ele teria dito aos investigadores que esfaqueou os três aleatoriamente porque estava “se sentindo frustrado”.

As duas mulheres, de 26 e 27 anos, foram levadas ao hospital com ferimentos na cabeça e ombros, disse a polícia.

A família de Umeda divulgou uma declaração através de seu advogado, dizendo, “Não temos palavras para expressar a tristeza de perder repentinamente uma pessoa amada”.

O empregador de Umeda, Ishida Hiroki da BASF Japan Ltd., também divulgou uma declaração e expressou seu profundo desgosto contra o agressor.

“Ouvimos que ele tentou ajudar as mulheres. Temos orgulho de sua bravura”, disse ele.

Fonte: Kyodo
Imagem: Banco de imagens

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EUA pedem ao Japão que reduza suas altas reservas de plutônio

Publicado em 12 de junho de 2018, em Notícias do Mundo

Críticos apontaram essas reservas como fonte pronta de material para produção de bombas caso o Japão escolhesse se tornar um estado de armas nucleares.

Trabalhadores transferindo um grande contêiner de plutônio-urânio a um navio inglês na planta nuclear de Takahama, Fukui (The Star Online)

Os EUA pediram ao Japão para reduzir seus altos níveis de reservas de plutônio, uma medida que ocorre enquanto a administração de Trump busca convencer a Coreia do Norte a abandonar suas armas nucleares, soube o Nikkei.

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O pedido foi feito pelo Departamento de Estado dos EUA e pelo Conselho de Segurança Nacional antes da extensão do próximo mês de um acordo de cooperação nuclear bilateral, segundo pessoas familiares com o assunto.

Japão tem quantidade suficiente para produzir 6 mil ogivas nucleares

O Japão tem cerca de 47 toneladas do elemento radioativo – suficiente para produzir cerca de seis mil ogivas nucleares. Críticos japoneses e estrangeiros apontaram essas reservas como fonte pronta de material para produção de bombas caso o Japão escolhesse se tornar um estado de armas nucleares.

A produção de plutônio é proibida a princípio, mas o Japão, que é pobre em recursos naturais, teve permissão sob o pacto bilateral para extrair o material de barras de combustível nuclear usado.

O Japão insiste que não mantém reservas de plutônio “sem propósitos específicos”. Críticos no Japão e em outros lugares, incluindo China e alguns no Congresso dos EUA, demonstraram preocupação com o tamanho dessas reservas.

Preocupação com o tamanho das reservas de plutônio

Os EUA pediram ao Japão que impusesse um limite em suas reservas de plutônio. A administração de Trump também quer emitir uma declaração conjunta, determinando que o fornecimento de plutônio do Japão é para uso pacífico, quando o pacto de cooperação nuclear for renovado, de acordo com pessoas familiares ao assunto.

Em resposta, a reguladora nuclear do Japão poderá adotar ainda este mês uma política de reduzir as reservas e não permitir que ultrapassem os níveis atuais.

O governo japonês pediu à Federação de Companhias de Energia Elétrica, cujos membros incluem as operadoras de plantas nucleares do país,  que reduzissem as reservas de plutônio.

Alguns no escritório do primeiro-ministro Shinzo Abe estão preocupados com a questão do plutônio, que poderia condenar o acordo nuclear dos EUA com o Japão. O pacto será renovado automaticamente em 16 de julho, mas pode ser interrompido se cada lado der aviso dentro de seis meses.

Fonte: Nikkei
Imagem: The Star Online

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