O conselho da montadora francesa Renault anunciou na quinta-feira (24) os nomes dos dois novos líderes que vão substituir o veterano Carlos Ghosn, que renunciou após semanas de detenção no Japão.
Como presidente foi escolhido Jean-Dominique Senard da Michelin e o executivo da Renault Thierry Bollore será o CEO. Anteriormente Ghosn assumia os dois cargos.
“Em uma declaração, o conselho demonstrou “sua confiança na nova liderança” e desejou a ela “todo sucesso em sua missão”.
O chefe executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, deu as boas-vindas à nova liderança da Renault. “Esse é o primeiro passo enquanto viramos uma página na aliança”, disse Saikawa aos repórteres na sede da Nissan em Yokohama.
Ele disse que a Nissan planeja uma reunião geral extraordinária de acionistas, provavelmente em algum momento no mês de abril, para destituir Carlos Ghosn e o diretor Greg Kelly como membros do conselho.
A empresa também realizará medidas em abril e maio para reforçar a administração na Nissan, disse Saikawa.
O ministro das finanças da França, Bruno le Maire, havia confirmado antes que Ghosn entregou formalmente a renúncia de suas funções na noite de quarta-feira (23).
Ghosn está detido há mais de dois meses no Japão, impedindo que ele cumpra suas funções na Renault. Ele nega as alegações japonesas sobre subnotificação de seu salário como presidente do conselho da Nissan e falsificação de relatórios financeiros.
O executivo de 64 anos liderou a Nissan por duas décadas e era simultaneamente presidente e CEO da Renault desde 2009.
O governo francês detém cerca de 15% da Renault SA, tornando-o uma voz influente na administração da empresa. E enquanto a Renault tenha mantido Ghosn após sua detenção em 19 de novembro, o governo francês pressionou para que ele fosse substituído.
“Nossa meta desde o início deste caso sempre foi preservar os interesses da Renault e consolidar a aliança entre a Renault e a Nissan”, disse Le Maire. “As decisões necessárias foram tomadas”.
Le Maire disse que o novo presidente da Renault trabalhará para fortalecer a aliança Nissan-Renault que foi liderada por Ghosn por muito tempo e agora enfrenta questões sobre seu futuro.
Senard tem sido o leme da gigante francesa dos pneus Michelin por quase sete anos. Ele foi recentemente descrito por Le Maire como um “grande industrial” com “visão social” de negócios.
Bollore, que se juntou à Renault em 2012, foi apontado diretor vice-presidente executivo do grupo em novembro passado como parte da liderança de transição após a detenção de Ghosn no Japão.
Senard disse que tinha duas grandes prioridades: “propor nova administração para o grupo” nas próximas semanas e garantir que a ligação entre Renault, Nissan e Mitsubishi “continue forte”.
Fonte: Japan Today