No condomínio provincial (Ken-ei Jutaku) Midori-machi, em Nishio (Aichi), residem 85 famílias em 3 prédios de apartamentos. Dessas 65% são de lares brasileiros, residentes desde a década de 1990.
Mas também residem japoneses, peruanos, chineses, filipinos, nepaleses e outros. No passado ocorreram problemas com a classificação do lixo, a não compreensão da associação dos residentes, churrasco na varanda e bagunça até tarde da noite.
A realidade de uns anos para cá a convivência entre os diferentes povos é mais harmoniosa, tanto que o peruano Cezar Hernani já foi presidente da associação de 2007 até 2009.
Brasileiro se manifesta
Na primeira quinzena de abril foi realizada uma assembleia na sala de reuniões do condomínio.
Para este ano fiscal faltava a pessoa encarregada de cuidar das contas. Eis que o brasileiro Mikio Ishioka, 56, levantou a mão.
É um trabalho de contabilidade para administrar o dinheiro coletado dos residentes e efetuar pagamentos das despesas das áreas comuns. A responsabilidade e o fardo são pesados. Até o ano fiscal anterior sempre um japonês assumiu isso. No entanto, com o envelhecimento da população, este ano não houve candidato.
Ishioka veio ao Japão em 1993 e trabalha como funcionário em tempo integral em uma empresa de autopeças. “Se eu fizer tudo adequadamente, a confiança nos estrangeiros aumentará e isso pode ligar à próxima pessoa”, declarou.
“A força dos estrangeiros é essencial”
De acordo com um ex-presidente por 12 anos, Kunihiro Kawabe, 67, ao longo do tempo veio pregando entre os compatriotas que “é absolutamente necessário vivermos juntos aqui”.
Os problemas mais graves ficaram no passado, os quais inspiraram ações como cartazes em outros idiomas e atividades conjuntas como a retirada dos matos.
Tanto que quando ocorreu um incêndio em um apartamento do terceiro andar, onde vive uma japonesa com dificuldade para se mover, foi salva por uma brasileira.
O atual presidente Tadao Aoki, 71, diz que “a força dos estrangeiros é essencial”. Os problemas sempre surgem mas o modo de pensar é outro.
“Levamos 30 anos para ultrapassar as barreiras das nacionalidades para formar uma comunidade de ajuda mútua. Continuaremos juntos nessa preservação”, disse Aoki.
Fonte: Chunichi