O Facebook pagará uma multa recorde de US$5 bilhões para resolver questões privacidade, disse a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC).
A rede social deve estabelecer um comitê de privacidade independente que o chefe executivo do Facebook Mark Zuckerberg não terá controle sobre.
A FTC vinha investigando alegações de que a consultoria política Cambridge Analytica obteve impropriamente os dados de até 87 milhões de usuários do Facebook.
A investigação então se ampliou para incluir outras questões como reconhecimento facial.
Acredita-se que a multa de US$5 bilhões seja a maior já imposta a qualquer empresa por violar a privacidade dos consumidores.
“Apesar de repetidas promessas a seus bilhões de usuários no mundo que eles teriam controle de como suas informações pessoais são compartilhadas, o Facebook comprometeu as escolhas deles”, disse o presidente da FTC Joe Simons.
Ele enfatizou que a multa pesada era destinada a “mudar toda a cultura de privacidade do Facebook para diminuir a probabilidade de violações continuadas”.
Os resultados financeiros do Facebook reportados na quarta-feira (24) não refletiram qualquer mudança por parte dos clientes para se afastarem da rede por causa de questões de privacidade.
A empresa disse que o número de seus usuários ativos mensais havia aumentado 8% no segundo trimestre. As receitas, principalmente as propagandas, aumentaram em 28%, ultrapassando as previsões de analistas.
O Departamento de Proteção ao Consumidor da FTC começou a investigar o Facebook em março de 2018 após ter sido revelado que dados pessoais estavam sendo coletados ilegalmente a partir de um quiz de personalidades online e vendidos à Cambridge Analytica, segundo uma empresa de análise de dados.
Houve queixas subsequentes de que dados podem ter sido usados para testar e influenciar o resultado da eleição presidencial dos EUA em 2016 e o referendo da Brexit.
Embora somente 270.000 pessoas tenham participado do quiz, o delator Christopher Wylie alega que os dados de aproximadamente 50 milhões de usuários, principalmente nos EUA, foram coletados sem seus consentimentos explícitos através de suas redes de amigos.
Entretanto, a Cambridge Analytica não foi a única a ter acesso aos dados pessoais dos usuários – os dados foram reunidos ao usar a infraestrutura do Facebook na época, e muitos outros desenvolvedores haviam levado vantagem disso sem autorização.
Fonte: BBC