Um grupo de direitos humanos das mulheres na França está pedindo ao governo que remova armas de parceiros violentos, após um assassinato brutal que chocou o país.
Chahinez, uma mãe de 3 filhos de 31 anos, foi baleada e queimada viva pelo seu ex-marido, menos de 1 ano após ele ter sido condenado por violência doméstica.
Ela é a 39ª mulher a ser morta pelo ex-parceiro neste ano.
Os ministérios da justiça e de assuntos internos iniciaram uma investigação sobre o caso.
Centenas de pessoas se juntaram em Mérignac, perto de Bordeaux, na noite de quarta-feira (5), para homenagear a vítima.
“Chocada por esse crime abominável, manifesto meu sincero apoio à família da vítima”, disse a ministra para cidadania da França, Marlène Schiappa, no Twitter. “A luta contra violência doméstica e feminicídio continua”.
O que aconteceu?
O promotor em Bordeaux revelou na quinta-feira (6) que o suspeito, Mounir B. de 45 anos, havia esperado em um furgão no lado de fora da casa da ex-mulher durante todo o dia antes do ataque de terça-feira (4).
Quando ele a viu na rua na mesma tarde, ele atirou duas vezes nas pernas dela. Uma autópsia mostrou que ela ainda estava viva quando ele despejou líquido inflamável sobre seu corpo e ateou fogo.
Ele também ameaçou um vizinho que tentou intervir.
Mounir B. fugiu da cena do crime e foi preso cerca de 30 minutos depois, disse o promotor.
Durante a investigação, ele disse que queria “punir” sua esposa, mas negou ter a intenção de matá-la. Ele disse que conseguiu armas usadas no ataque de “imigrantes ilegais na cidade”.
Chahinez veio para a França da Argélia em 2015 após se casar com Mounir B. Ela tinha dois filhos do primeiro casamento e um de 5 anos com seu segundo marido.
Em junho passado, ele foi condenado a 18 meses de prisão, metade dos quais foram suspensos, sob acusações de violência doméstica.
Sob os termos de sua soltura em dezembro de 2020, ele foi proibido de se aproximar de sua ex-mulher.
Contudo, quando ela entrou em contato com a polícia em março deste ano para relatar que ela vinha sendo atacada pelo ex-marido, eles não conseguiram localizá-lo.
A la mémoire de Chahinez Daoud…
«Elle voulait vivre en France comme une Française, mais son mari n’était pas de cet avis. Il voulait une Algérienne comme en Algérie»
«Elle n’était pas très libre, elle voulait sortir dans des cafés et mettre des jeans, mais lui ne voulait pas» pic.twitter.com/M2YwjxbYDn— Waleed Al-husseini (@W_Alhusseini) May 6, 2021
Fonte: BBC