Uma equipe de pesquisa da Universidade de Mie anunciou na terça-feira (13) uma descoberta sobre o comportamento dos golfinhos-nariz-de-garrafa mantidos no aquário de Minami Chita Beach Land, em Aichi.
Foi a primeira vez no mundo que o bocejo foi confirmado em mamíferos aquáticos, como baleias e orcas.
O bocejo tem sido tradicionalmente associado à respiração, mas também pode ser feito sem respirar. Por isso, a equipe gostaria de propor uma mudança nessa definição.
Akiko Enoki – doutoranda do terceiro ano – da Universidade de Mie observava três golfinhos nariz-de-garrafa por 14 dias, quando registrou 5 bocejos, com movimentos lentos de abrir e fechar a boca.
A gravação do vídeo confirmou que os olhos fechavam enquanto nadavam lentamente. Além disso, quando um dos golfinhos subiu à superfície para respirar foi confirmado um bocejo.
Esse comportamento foi observado durante o período de inatividade, quando os golfinhos estavam supostamente em repouso, como flutuando na superfície da água ou nadando lentamente com os olhos fechados.
Mudança de paradigma do ato de bocejar
Quando se está com sono o bocejo ocorre naturalmente, não apenas nos humanos, mas também em outros seres como macacos, pássaros, salamandras, sapos e outros.
Segundo a ciência, tem a função de enviar oxigênio ao cérebro e dar uma clareza temporária à consciência. A etologia explica que “a boca é aberta lentamente para respirar o ar e, depois que atinge seu tamanho máximo, exala o ar para fechá-la”.
Desta vez, bocejar na água não envolve respirar e não se encaixa na definição anterior. O professor associado Tadamichi Morisaka, da cadeira de etologia, da equipe de pesquisa, acha que “o ato de abrir bem a boca pode ter o efeito de despertar a sonolência”. De acordo com observações reais, os golfinhos também tendem a se tornar temporariamente ativos após bocejar.
Fontes: Chunichi e Asahi