Um coquetel de anticorpos desenvolvido pela Regeneron Parmaceuticals sediada nos EUA recebeu aprovação especial de emergência do Ministério da Saúde do Japão na segunda-feira (19), abrindo novas oportunidades para evitar que casos mais leves de coronavírus progridam e sobrecarreguem provedores de cuidados.
Desenvolvido junto com a Roche, o tratamento foi administrado ao então presidente Donald Trump quando ele contraiu Covid-19 no ano passado. Ele recebeu autorização de uso de emergência da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) em novembro passado.
Administrado uma vez por via intravenosa, o coquetel combina os anticorpos monoclonais casirivimabe e imdevimabe, que se ligam à superfície do vírus para evitar sua replicação.
Ele é destinado a pacientes com riscos subjacentes, como doença crônica ou obesidade, com sintomas leves a moderados, e pode ser administrado tanto para adultos como crianças com peso de 40kg ou mais.
O tratamento também pode ser eficaz contra novas versões do coronavírus, como a altamente contagiosa variante Delta, de acordo com o ministério.
Um ensaio clínico descobriu que o coquetel diminuiu a chance de hospitalização ou morte em 70% em pacientes de alto risco, de acordo com a Regeneron.
A unidade da Roche, a japonesa Chugai Pharmaceutical, será responsável por ensaios clínicos e distribuição do coquetel, que será fabricado no exterior.
Custos cobertos pelo governo
O governo japonês cobre custos de tratamento para coronavírus como regra geral, e o novo coquetel também será oferecido sem custo aos pacientes. O governo assinou um acordo de aquisição com a Chugai para tratamento pelo resto do ano.
Contudo, algumas preocupações existem. O coquetel teria piorado os sintomas em pacientes que precisam de alto fluxo de oxigênio e ventiladores. Ensaios clínicos também não estabilizaram sua eficácia em pacientes que vêm apresentando sintomas por 8 dias ou mais.
Outros tratamentos disponíveis
Os outros três tratamentos para coronavírus que estão disponíveis agora no Japão são o remdesivir da Gilead Sciences, a dexametasona e o baracitinibe da Eli Lilly. Todos foram originalmente desenvolvidos para outras doenças, como reumatismo.
Fonte: Asia Nikkei