Entrevista para a ANN, de sua residência em New Jersey, EUA, na terça-feira
O pesquisador sênior da Universidade de Princeton, Estados Unidos, Shukuro Manabe, 90, meteorologista, disse para a ANN que “levei um susto. Não imaginava nem em sonho que ganharia esse prêmio”, se referindo ao Prêmio Nobel de Física.
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“O Prêmio Nobel até agora era para a própria física (espaço e partículas elementares), até agora. Foi uma grande surpresa obtê-lo com o tema da mudança climática”, explicou o pesquisador.
Em 2018, a Real Academia Sueca de Ciências concedeu a Manabe o Prêmio Crafoord, para pesquisadores que contribuíram para outras ciências não premiadas no Nobel.
Manabe também disse em uma coletiva de imprensa realizada na Universidade de Princeton que não poderia se dedicar 100% à pesquisa sem o apoio de sua esposa. Agradeceu a ela, Nobuko, de 80 anos.
Carreira de pesquisador nos EUA
Nascido em Ehime, Japão, em 1931, Manabe se mudou para os Estados Unidos em 1958 depois de obter o seu diploma de PhD pela Universidade de Tóquio.
Na segunda metade da década de 1960, anunciou os resultados de suas pesquisas sobre a relação entre a atmosfera e a temperatura, fazendo uso de computadores de alta velocidade. “Foi um estudo que captou a essência e foi meu ponto de partida. É um tratado semelhante a um home run”, lembra ele.
Sobre sua vida de quase 70 anos de pesquisa, disse que “não tive o que se pode dizer de sacrifício ou grande dificuldade”. Para ele “a verdadeira emoção da pesquisa é a curiosidade” e que foi “divertido e inevitável” com suas pesquisas ao longo de décadas.
Sei que jovens pesquisadores japoneses estão em um ambiente hostil. “Antes, nunca imaginei que o problema do aquecimento global fosse tão grande. Eu tinha curiosidade sobre as questões climáticas e sou absorvido por elas há 60 anos. É importante fazer isso”, disse o meteorologista.
Fontes: ANN, Yomiuri e Tokyo Shimbun