Imagem ilustrativa de mulher esgotada (PM)
O corpo sempre nos dá sinais quando o nosso emocional não está dando conta das situações e vice versa. Você já ouviu a expressão: o corpo fala?
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Sabemos o quanto é difícil e puxada a vida dos brasileiros que trabalham no Japão. O trabalho puxado que consome grande parte do horário, além de muitas vezes exigir do físico muito mais do que se está preparado para dar, a dificuldade do idioma, a impossibilidade de poder se expressar, a hierarquia que rigorosamente deve ser respeitada e a preocupação pelas tão desejadas ou não, horas extras (zangyo).
Quantos sapos é preciso engolir no dia a dia para garantir o próprio sustento e o da família? Quantas vezes se deseja ficar na cama e dormir um pouco mais, e mesmo poder sair mais cedo do trabalho e não pode, ou o contrário? Quantas vezes os pensamentos estão nos planos que se tinha antes de chegar ao Japão enquanto rodam-se as linhas nas fábricas?
Algumas vezes é o estômago que apresenta o desconforto, diante de situações difíceis de serem digeridas, outras é um nó, uma inflamação na garganta quando as coisas estão duras de engolir ou mesmo uma coceira, uma falta de ar e um suor excessivo que não sabemos explicar o motivo.
Seu corpo ouve tudo que sua mente diz. Naomi Judd
Chamamos de somatização, a geração de sintomas físicos decorrentes do acúmulo de pulsões não representados, ou seja, o sofrimento orgânico vem como uma resposta à dor mental, onde o sujeito não conseguindo transformar em palavras o seu sofrimento, o registra no próprio corpo.
Entendendo a somatização
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), somatização é a construção física de um desequilíbrio biológico e/ou psíquico numa pessoa. Ou seja, se a nossa mente e o corpo estão desregulados, os mesmos darão sinais físicos.
A somatização manifesta-se de forma individual mas é comum alguns sintomas se cruzarem, o que faz com que em muitas vezes sejam ignorados e permanecem ali sem o maior cuidado onde por fim se apresentem posteriormente de forma crônica. Sabe-se que o contexto psicossocial vivenciado pelo indivíduo influencia em sua subjetividade e é determinante para sua saúde ou seu adoecimento.
Estima-se que 12% das visitas aos médicos são devidas a sintomas de somatização. As mulheres são mais propensas, ocorrendo com mais frequência na juventude antes dos 30 anos.
Todos nós somatizamos em algumas situações de nossas vidas. Porém, em algumas pessoas as somatizações causam transtornos que afetam diretamente na sua qualidade de vida e no seu desempenho diante dela.
Podem ser causas
- O estresse e episódios traumáticos podem afetar os hormônios provocando uma desordem
- A pessoa pode apresentar maior sensibilidade biológica à dor e às emoções
- Fatores genéticos ou ambientais
- Pouca consciência das próprias emoções ou mesmo dificuldade de geri-las
- Culturalmente acreditar que os sintomas somáticos são frescura, que mente e corpo não tem ligação, etc.
Sintomas mais comuns
Muitos são os sintomas somáticos, além da queda do sistema imunológico são citados também, dores de cabeça, nas costas, articulares, abdominais, no peito ou difusas (no corpo inteiro), vômito, náuseas, diarreia, intolerância alimentar, tonturas, desmaios, palpitações, falta de ar, fraqueza muscular, fadiga, dificuldade para urinar, menstruação irregular ou dolorosa, visão turva, surdez, perda de voz, amnésia, entre outros.
Dicas
Ao notar que algo não está bem
- busque ajuda médica ou psicológica
- pratique atividade física
- cuide da alimentação
- observe-se e tente conhecer melhor o seu eu e o seu corpo
- procure guardar sempre um tempo para você
- realize atividades prazerosas
- respeite os seus limites
- não guarde emoções
- invista na sua qualidade de vida e no seu bem-estar
Não é fácil conciliar nossos desejos, nossas características físicas e emocionais com o mundo contemporâneo tão exigente e urgente, mas é preciso dentro disso tudo saber equilibrar nossa vida e sempre deixar tempo para o que somos, queremos, sentimos e para o que realmente faz sentido para nós.
Boas reflexões!
Eliana Nonaka
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Organização Mundial da Saúde. CID-10. (1997). Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (10 Ed. rev. Vol. 2). São Paulo: Universidade de São Paulo.
https://tcc.unipar.br/ Cardinal. E., Pinto G., Hoffman. M., Antonelli. C., ABORDAGEM PSICANALÍTICA DAS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS. acessado dia 28/03/2022, 17:57H
https://frasesinspiradoras.net/ acessado dia 28/03/2022, 17h50