Em janeiro deste ano, um navio cargueiro, com bandeira do Panamá, encalhou na costa da ilha de Ishigaki (Okinawa), matando parte do recife de corais chamado de Sekisei Shoki (石西礁湖).
Esse precioso ecossistema fica entre a cidade e a ilha de Ishigaki e Iriomote, considerada a maior área de recife de corais do Japão.
O fundo do navio foi corroído e além disso, a carga de lascas de madeira e casca do coco cobriram parte do recife de corais, matando-a.
Kazuya Hirao, 43, da escola de mergulho Ishigaki Island Atsumaru, que mergulhou durante uma pesquisa de campo, testemunhou alguns dos corais mortos em 4 de março. O casco do navio que encalhou em águas rasas devido ao vento norte, raspou os corais. As lascas das cascas de coco que vazaram do navio cargueiro encalhado cobriram inúmeros sulcos entre os corais.
Hirao disse para a imprensa que “não tenho palavras”, lamentando profundamente o que aconteceu com esse ecossistema.
De acordo com ele, o local é um ponto de mergulho popular onde muitos visitam em meados de maio de cada ano para ver a desova dos corais. Explicou que quando mergulhou em março, descobriu que o navio encalhado estava raspando o recife de corais e muitas lascas de madeira foram depositadas. Nessa ocasião, os corais sob o navio já haviam branqueado. “Quando vi pela primeira vez, fiquei chocado”, disse Hirao.
4 mil toneladas de lascas sobre os corais e a ação dos mergulhadores voluntários
De acordo com a 11.ª Sede Regional da Guarda Costeira, estima-se que tenham vazado cerca de 4 mil das cerca de 10 mil toneladas de lascas de madeira e cascas de coco transportadas pelo cargueiro.
Segundo a Associação das Cooperativas de Pesca de Yaeyama, 10 membros da cooperativa e mergulhadores locais estão recolhendo a carga enquanto procuram um licitante internacional para remover o casco até maio, mas o cronograma da remoção é indefinido.
De acordo com o Conselho de Restauração da Natureza de Sekisei Shoki, essa área de 50 quilômetros abriga mais de 360 espécies de corais. No mar, as paisagens particularmente bonitas são designadas como “distritos de parques marinhos”, por isso as atividades de desenvolvimento são regulamentadas. O navio cargueiro encalhou bem em uma dessas áreas rasas.
“Se as cascas de coco e as lascas de madeira se acumularem, as zooxantelas que vivem em simbiose com os corpos dos corais e fornecem nutrientes não poderão fazer fotossíntese e aumentará a possibilidade de branqueamento e morte”, lamentou o responsável do conselho.
Veja o lamentável desastre no fundo do mar com as lascas e corais mortos.
Fontes: Okinawa Times e Ryukyu Shimpo