O governo japonês lançará, o mais brevemente em julho, normas mais duras sobre a exportação para a China de equipamento de fabricação de semicondutores de ponta, os quais são essenciais para o desenvolvimento de supercomputadores e inteligência artificial (IA).
Em outubro do ano passado, os EUA, em competição com a China por supremacia de alta tecnologia, introduziram um embargo de semicondutores.
No fim de março deste ano, o Japão anunciou um projeto de revisão a um decreto do ministério sobre Intercâmbio Estrangeiro e Lei de Comércio Estrangeiro para fortalecer controles de exportação sobre 23 itens de equipamento de fabricação de chips, em um esforço para trabalhar com os EUA a fim de evitar fluxos de tecnologias para a China e seu desvio para melhorar seu arsenal militar.
A medida comercial dos EUA, destinada a ajudar a colocar freios na expansão militar da China, acabaria tendo pouco impacto a menos que ela seja seguida por restrições rigorosas por outros países.
Contra esse cenário, o presidente dos EUA, Joe Biden, realizou uma série de reuniões com os primeiros-ministros do Japão, Fumio Kishida, e da Holanda, Mark Rutte, em meados de janeiro para discutir normas. Companhias no Japão e na Holanda são fortes no campo de equipamento de fabricação de semicondutores.
Altos funcionários do governo do Japão, dos EUA e da Holanda que se encontraram no fim de janeiro, compartilharam a opinião de que exportações para a China precisavam ser regulamentadas e o Japão e a Holanda concordaram em seguir os passos dos EUA.
Ao trabalhar juntos, os 3 países esperam conectar lacunas regulatórias e prevenir que a China use semicondutores de ponta para desenvolver armas de alta tecnologia.
Uma das grandes preocupações para o Japão e os EUA é a possibilidade de uma contingência em Taiwan que, de acordo com alguns analistas, poderia surgir no fim dessa década.
A China considera a democracia da ilha autogovernada como república separatista que precisa ser unificada com a ilha principal, à força se necessário.
“Se isso ocorrer, o Japão será grandemente afetado”, disse um oficial do governo japonês, sugerindo que o país não tem escolha além de manter uma certa distância da China no campo econômico.
Em dezembro do ano passado, a China respondeu às restrições dos EUA ao levar a discussão para a Organização Mundial do Comércio (OMC). Se a China impuser medidas retaliatórias similares contra o Japão, tal como apresentar uma queixa junto à OMC e restringir importações de produtos japoneses, as relações entre Japão e China poderiam ficar mais tensas.
De acordo com fontes informadas, a China emitiu um alerta direto para a Holanda dizendo que ela “deveria considerar o que estaria em seus interesses a médio e longo prazo”.
O governo japonês planeja fortalecer as normas já em vigor sob a lei de comércio estrangeiro, enquanto equilibra a necessidade de garantir segurança econômica e para ajudar atividades corporativas, disseram autoridades.
Fonte: Yomiuri