Famílias colocaram rédeas nos gastos (iusutrativa/banco de imagens)
A economia do Japão encolheu em seu ritmo mais acentuado desde o auge da pandemia da covid-19, um resultado que complica o caminho de política do Banco do Japão (BOJ) em meio à crescente especulação de que ele está cada vez mais perto de abandonar o regime de taxas de juros negativas, o único ainda em vigor no mundo.
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O Produto Interno Bruto (PIB) contraiu a um ritmo anualizado de 2,9% nos 3 meses até setembro em comparação ao trimestre anterior, visto que famílias colocaram rédeas nos gastos, mostraram nesta sexta-feira (8) números revisados do Escritório do Gabinete.
O número atualizado marcou a queda mais profunda desde a primavera de 2020 e comparado com uma leitura preliminar de uma redução de 2,1% e estimativas de consenso de uma contração ligeiramente mais limitada.
Os resultados confirmam que a recuperação da economia do Japão da pandemia perdeu momento durante o verão, com a perspectiva também instável enquanto economias no exterior desaceleram e a inflação rígida continua a pesar no consumo doméstico.
Dados mensais separados indicaram mais fraqueza no atual trimestre, com gastos das famílias caindo 2,5% em outubro ante o ano anterior. Os aumentos de 1,5% em salários nominais no mês ainda deixam os ganhos bem abaixo da inflação que está pesando nos gastos do consumidor.
Os dados também oferecem pouca trégua para o primeiro-ministro Fumio Kishida enquanto ele enfrenta baixo suporte em meio a críticas de um escândalo de arrecadação de fundos e suas medidas para combater o impacto da inflação.
“Os dados revisados e o relatório de gastos mostram sinais de fraqueza no consumo”, disse Nobuyasu Atago, economista chefe no Rakuten Securities Economic Research Institute. “É arriscado para o BOJ encerrar uma política de juros negativos quando a economia já está ficando pior”.
Fonte: Straits Times