Em todo o mundo, a tecnologia da inteligência artificial (IA) que, sob comandos, gera textos, imagens, vídeos, vozes e muito mais está evoluindo rapidamente. Em meio a essas circunstâncias, foi criado um serviço que utiliza a IA generativa para fazer “reviver” as pessoas falecidas, causando controvérsia na China.
Os vídeos desse tipo, mostrando as pessoas que morreram “ressuscitadas” com mensagens para seus familiares, viralizaram.
A IA cria o vídeo baseado em fotos e áudios da pessoa, obviamente antes da morte. “Papai, mamãe, sinto falta. Eu queria tanto ver vocês. Como estão?”, diz o menino que partiu. O resultado é um vídeo incrivelmente real, como se a pessoa estivesse presente de verdade. A IA vai aprendendo a fala e pode passar a conversar em tom semelhante ao da pessoa que se foi.
Um cliente pediu para “ressuscitar” seu tio falecido em um acidente para poder conversar com sua avó todos os dias. “Penso que é um serviço que satisfaz uma necessidade”, justificou.
Criador desses vídeos de ‘reviver’ quem partiu, de forma legal
O chinês Zhang Zewei (張沢偉), 33, o criador desse serviço, explica que o motivo para iniciá-lo foi o pedido de um amigo que queria falar com seu falecido pai, no ano passado. Já realizou pelo menos mil encomendas, todas para confortar os familiares.
“Meu amigo (que viu seu pai ‘ressuscitado’ pela IA) ficou muito emocionado e chorou. Nós percebemos que o fizemos é para ajudar as pessoas”, declarou o idealizador.
Ele leva cerca de uma semana para concluir o projeto, o qual custa a partir de 4 mil yuans ou cerca de 80 mil ienes. O que mais ouve diariamente é “quero ver o meu filho que morreu no acidente” ou “quero que meu avô seja ‘revivido’ a partir das fotos antigas”.
Zhang mencionou anteriormente que obtém o consentimento do cliente e de sua família para evitar o uso indevido e falou sobre o potencial da IA generativa da seguinte forma: “Neste momento, sinto que estou ajudando as pessoas. Proporciono conforto emocional. Meu sonho é ajudar as pessoas comuns a ‘nunca morrerem‘ através do poder da tecnologia digital.”
Polêmica por uso indevido de imagens
Por outro lado, há quem use imagens de celebridades falecidas para criar vídeos com a IA, sem permissão, como o caso de Kobe Bean Bryant, que faleceu em um acidente em 2020. Ele era um famoso jogador profissional de basquete americano, que deixou este mundo em janeiro de 2020 com 42 anos. Ele aparece falando em chinês em um vídeo e isso gerou polêmica na China.
“Isto é uma blasfêmia aos mortos” ou “é uma violação dos direitos de imagem”, criticaram os internautas.
Por isso, o rápido avanço da IA está sendo questionada: “trará alívio ao coração ou profanará os mortos?”.
Fonte: JNN