O calor extremo matou mais de 47 mil pessoas na Europa no verão passado, marcando o segundo ano mais mortal do continente em registro para óbitos relacionados a altas temperaturas após 2022.
O número foi estimado por cientistas no Instituto para Saúde Global de Barcelona em um estudo publicado pela Nature Medicine na segunda-feira (12).
O estudo também descobriu que mais mulheres morreram em decorrência de doenças relacionadas ao calor do que homens, com o sul da Europa, que vem sendo arrasado por altas temperaturas recordes e aumento de incêndios florestais devido à crise climáticas, sendo o mais afetado.
Cientistas analisaram dados de mortalidade de 823 regiões em 35 países europeus e recordes de temperaturas para chegar à estimativa.
A Grécia registrou a taxa de mortalidade mais alta, com 393 por milhão, seguida por Bulgária, Itália e Espanha. Mais de 40% do sul da Europa foi afetado pelo calor extremo em julho.
O total de mortes para o ano chegou a 47.690, com 57% dos óbitos ocorrendo durante 2 ondas de calor em meados de julho e fim de agosto.
Essa foi a segunda maior taxa de mortes relacionadas ao calor na Europa após 2022, quando altas temperaturas contribuíram para mais de 60 mil óbitos.
Os autores do estudo apontaram que o número real de mortes relacionado ao calor em 2023 pode ser maior do que o reportado.
Devido à falta de dados diários de mortalidade, pesquisadores tiveram que depender de contagens semanais, o que pode ter levado a subestimativas. Eles sugeriram que o número real poderia estar perto de 58 mil.
Enquanto o estudo citou uma diminuição na vulnerabilidade por calor ao longo dos anos, graças a medidas de saúde pública melhoradas e progresso socioeconômico, ele alertou sobre os limites de adaptação.
Pesquisadores estimaram que sem essas mudanças sociais, o número de mortes poderia ter sido 80% maior, excedendo 85 mil.
Fonte: The Independent