A temporada da pesca artesanal milenar chamada de Nagaragawa Ukai, na cidade de Gifu (província homônima), continua no verão, até o final de outubro.
Esse espetáculo tem uma história de mais de 1.300 anos e é considerado Patrimônio Folclórico Cultural Intangível e Importante.
Essa pesca artesanal e folclórica é praticada no Japão há milênios e pode ter vindo da China. Os pescadores vestidos de preto com uma espécie de saia de elementos da natureza, usam habilmente os corvos-marinhos para realizar a pesca. A isso chama-se 鵜飼 (ukai).
Significado do ukai
鵜 (u) é o corvo-marinho ou biguá como é conhecido no Brasil e 飼 (kai) é o pastoreamento ou a habilidade de conduzir. Os corvos-marinhos são presos por uma corda e o pescador a manuseia para eles poderem mergulhar e trazer o 鮎 (ayu), um peixe nativo do Sudeste Asiático, muito apreciado pelos japoneses.
O ayu tem carne branca, considerada doce e é servido de várias formas. Na primavera-verão, o ayu é preparado só com sal e assado na brasa, o que acentua o sabor do pescado de água doce.
Ukai: espetáculo imperdível com as aves, fogo e água
O longo Rio Nagara (長良川) tem sua fonte em Gujo (Gifu) e percorre em curvas pelas províncias de sua nascente e Mie. As águas limpas do Rio Nagara recebem o Ukai em 2 pontos: cidades de Gifu e Seki. Os pescadores, que também são os cuidadores dos corvos-marinhos, chegam com eles dentro de um grande cesto de bambu. Depois, passam uma espécie de corda feita com cerdas naturais no pescoço deles, ajustando-as de acordo com o estado físico de cada um dos corvos-marinhos. Colocam fogo nas madeiras para depositá-las no local apropriado em cada um dos 6 barcos de madeira.
Assim, dá-se início ao espetáculo milenar. Cada um dos hábeis pescadores, em seus respectivos barcos longos e estreitos, seguram as cordas com uma mão e maneja-as com a outra, de forma a não embaraçar, e poder conduzir os corvos-marinhos para a pesca. Os corvos-marinhos mais experientes conhecem a água e pescam com mais facilidade. Cada um dos barcos tem 3 pessoas: o pescador e os que manejam os remos para conduzi-los. Ao final de cada espetáculo os corvos-marinhos recebem um ayu como alimento por terem se esforçado.
O espetáculo pode ser apreciado de 3 formas:
- Gratuitamente, de cima da ponte
- Gratuitamente, da margem do Rio Nagara
- Pelo barco de turistas, com tarifas de ¥3.400 (finais de semana e feriados) ou ¥3.100 (durante a semana) para adultos e ¥1.700 para crianças (abaixo do chugakko). Se quiser jantar durante o passeio, o obentô é pedido à parte na hora da reserva. Há planos de ¥5.000 e ¥8.000, incluindo um chá e a tarifa do passeio de barco. Há planos para quem quer alugar um barco exclusivo para grupo fechado
A reserva pode ser feita online (em inglês), através desse link, onde é possível visualizar se ainda há vaga: https://www.ukai-gifucity.jp/Ukai/e/ReserveSys/GUJW1200.asp?ID=6
Acompanhar a pesca artesanal com o barco de turistas permite ver os detalhes desse espetáculo. Fogo refletido na água e os movimentos hábeis dos pescadores manejando os corvos-marinhos, os quais mergulham e voltam com o ayu.
Ao acompanhar o espetáculo o visitante tem a impressão que faz uma volta através do túnel do tempo, colocando-se no passado dos ancestrais. O campo de visão do Nagaragawa Ukai é totalmente diferente de quem o aprecia pela margem ou de cima da ponte.
A sugestão é de, pelo menos 1 vez, acompanhar o espetáculo com o barco e, depois sim, apreciar de cima ou da margem.
Para quem se preocupa com o Wi-Fi, o escritório informa que é possível mesmo de dentro do barco.
Informações do espetáculo Nagaragawa Ukai
- Período: de 11de maio até 15 de outubro
- Horários dos espetáculos: 18h15, 18h45 e 19h15 (convém chegar uns 30 minutos antes do horário de partida)
- Endereço do local (toque aqui para abrir o mapa): Gifu-shi Minato-machi 1-2
- Estacionamento: pode ser utilizado o do Parque Gifu (5 min. a pé), a ¥300
- Noites chuvosas: mesmo com chuva o espetáculo é realizado. O barco de turistas é coberto. A interrupção ocorre quando há risco na tempestade
Assista ao vídeo para se encantar com essa arte folclórica.
Fonte e imagens: divulgação