Os Emirados Árabes Unidos (EAU) informaram na quinta-feira (12) que vão suspender a emissão de vistos a trabalhadores norte-coreanos, tornando-se mais um país do Golfo a limitar a habilidade de Pyongyang em evadir as sanções e levantar dinheiro em meio às tensões com os Estados Unidos.
Uma declaração feita pelo Ministério de Relações Exteriores dos Emirados Árabes não se dirigiu às centenas de trabalhadores norte-coreanos que já trabalham no país.
Os Emirados Árabes “buscam uma frente global unificada contra o programa de armas nucleares da Coreia do Norte”, lê a declaração.
Não ficou claro o que levou à decisão, apesar de oficiais americanos estarem pressionando seus aliados nos países do Golfo a cortarem laços econômicos com a Coreia do Norte. A embaixada dos Estados Unidos em Abu Dabi não respondeu imediatamente a um pedido para comentário.
No mês passado, o Kuwait anunciou que expulsaria o embaixador da Coreia do Norte e outros quatro diplomatas do país, assim como limitaria a emissão de vistos. O Qtar disse que “menos de mil norte-coreanos” estão no país e que seus vistos não serão renovados. Também há trabalhadores norte-coreanos em Omã.
Milhares de norte-coreanos trabalham em todo o Golfo
Enquanto seja um mercado pequeno em comparação à China e Rússia, a quantidade de dinheiro que os trabalhadores norte-coreanos no Golfo mandam ao governo ajuda Pyongyang a evadir as sanções internacionais, dizem autoridades. Um relatório de 2015 da Organização das Nações Unidas sugeriu que mais de 50 mil norte-coreanos trabalhando no exterior levantaram para Pyongyang entre 1,2 bilhão a 2,3 bilhões de dólares por ano.
O Kwait disse ao Associated Press em agosto que 6.065 trabalhadores norte-coreanos trabalhavam lá. Os Emirados Árabes tinham cerca de 1.500 trabalhadores norte-coreanos, disseram dois agentes com conhecimento das táticas de Pyongyang, que falaram em condição de anonimato para discutir relatos de inteligência confidenciais.
Os norte-coreanos que trabalham no Golfo ganham cerca de mil dólares por mês, com cerca da metade sendo mantida pelo governo da Coreia do Norte e outros 300 dólares direcionados a gerentes de empresas de construção, segundo os dois agentes. Isso deixa os trabalhadores com apenas 200 dólares por terem trabalhado o mês todo, dizem eles.
Fonte: Mainichi Imagem: NHK