Um painel nuclear do governo disse na terça-feira (3) que espera que o Japão reduza seu estoque de plutônio a longo termo, em meio às preocupações internacionais sobre as elevadas quantidades do material da nação, o qual pode ser usado para fabricar armas nucleares.
O plano foi destacado em um documento emitido pela Comissão de Energia Atômica do Japão que visa enfatizar o princípio do país de não possuir plutônio sem um propósito específico.
O Japão é o único país de armas não nucleares no mundo que está procedendo com um projeto de reprocessamento comercial de combustível irradiado.
Enquanto a política nuclear da nação foi jogada em desordem após o desastre de tripla fusão em Fukushima Daiichi no ano de 2011, o governo manteve uma política duradoura de reprocessar combustível urânio irradiado e reusar o plutônio e urânio extraídos como combustível de reator.
Como maneira para consumir o plutônio recuperado, o Japão defendeu que reatores nucleares comuns usem combustível de óxido da mistura de plutônio e urânio, conhecido como MOX, para a chamada geração de energia “plutermal”.
47 toneladas de plutônio desde o final de 2016
De acordo com o documento, o Japão tinha cerca de 47 toneladas de plutônio desde o final de 2016, queda de 1 tonelada em comparação ao ano anterior, graças ao reinício das operações de reatores que usam combustível MOX. Mesmo assim, a quantidade é suficiente para produzir milhares de bombas nucleares.
O documento apontou que mais reatores poderão reiniciar as operações uma vez que eles passarem nos padrões de segurança introduzidos em meio à crise de Fukushima, enquanto salienta que a comissão vai verificar a “adequação” de planos para usar plutônio.
Contudo, o documento não deixou claro em quanto o Japão será capaz de reduzir seu estoque de plutônio e até quando.
Uma versão em inglês do documento poderá ser lançada em meados de outubro, de acordo com a comissão. Todos os anos, ela revela o número do estoque, mas decidiu divulgar um documento explanatório a fim de responder ao que ela chama de “crescente atenção global sobre o gerenciamento de plutônio”.
Fonte: Japan Times, Kyodo Imagem: Wikimedia