Segundo a matéria publicada no jornal Chunichi 3 brasileiros foram contratados como arubaito, desde julho, no Centro do Meio Ambiente de Toyohashi (Aichi).
Eles vieram do Brasil há mais de 15 anos e trabalharam em indústrias como a maioria. Mas, por causa da crise do coronavírus perderam seus empregos na primavera deste ano. São todos residentes na cidade.
O chefe deles contou para a reportagem “fiquei preocupado na admissão”. Mas ao ver que a comunicação em japonês ou gestual está fluindo, disse que os 3 estão trabalhando bem.
De manhã, uniformizados, Mauro Paiva Leite (レイテ・パイバ・マウロ), 59, e Oseas Shoji (ショウジ・オゼアス), 44, entram nos respectivos veículos e partem para a coleta dos lixos.
A cada parada recolhem imediatamente os descartes. “Cacos de vidro ou objetos pontiagudos podem pular do saco de lixo, então é uma boa ideia segurar o nó do saco com firmeza”, explica Mauro.
Estou feliz por poder trabalhar
Para buscar nova colocação os dois procuraram nas empreiteiras mas não encontraram. Quando souberam do arubaito para estrangeiros que perderam o emprego, na empresa pública, logo se candidataram.
“Estou feliz por poder trabalhar. Estou aliviado por poder viver disso”, disse Oseas.
Outro brasileiro que perdeu o emprego em maio, Toshio Koide (コイデ・トシオ), 60, também chega de manhã. Está trabalhando na seção de classificação dos descartes, separando latas de spray, isqueiros, lâminas e outros. Como manuseia materiais perigosos, usa botas grossas, máscara, roupas de mangas compridas e calça. Embora tenha telhado o trabalho é ao ar livre. Por isso, de tempos em tempos o chefe diz “tome água” ou “que tal descansar um pouco?”, para evitar insolação.
“Quando tenho dúvidas pergunto para alguém e todas me ensinam. São cordiais”, disse.
…perderam a moradia e estão vivendo no carro, outros não têm comida
Segundo Hitomi Koshimizu, gerente da Divisão Internacional de Coexistência Multicultural na cidade “está difícil para os estrangeiros que perderam seus empregos recuperarem uma vida estável”. Especialmente mais difícil para aqueles que não têm domínio do japonês.
“Entre meus conhecidos têm aqueles que perderam a moradia e estão vivendo no carro, outros não têm comida”, disse Koide, em relação aos que perderam emprego.
A gerente aponta “há muitos estrangeiros que ainda pensam que só precisam fazer o trabalho que lhes foi atribuído, mas gostaria que aprendessem o idioma japonês para terem comunicação”.
Em Toyohashi vivem cerca de 20 mil estrangeiros, cerca de 5% da população da cidade. Na província de Aichi só fica atrás de Nagoia, com maior número de residentes estrangeiros.
Fonte: Chunichi Shimbun