O Primeiro-Ministro do Japão, Fumio Kishida, fez um pronunciamento às 10h de quarta-feira (23), para explicar sobre o pacote das sanções contra a Rússia e as consequências.
Disse que está em conversação com o G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) desde a noite de terça-feira (22), para ações em cooperação estreita.
As sanções contra a Rússia são 3 medidas imediatas. Informou que a emissão de visto para os russos está suspensa, bem como o congelamento dos ativos; suspensão das importações e exportações e também a proibição da emissão e distribuição de novos títulos soberanos.
Informou que recomenda aos cidadãos japoneses na Ucrânia a voltarem imediatamente.
Kishida disse que com o estoque de combustíveis do país, o suficiente para 2 a 3 semanas, não afetará a distribuição.
Impacto no Japão, principalmente em Aichi
Satoshi Shimasawa, diretor de pesquisa do Instituto de Pesquisa Socioeconômica da Área de Chubu, analisa que as sanções econômicas à Rússia afetarão as principais indústrias da província de Aichi.
As exportações do Japão para a Rússia são de cerca de 1 trilhão de ienes, 40% são automóveis acabados e 10% são peças de automóveis.
Além disso, alguns dos produtos importados da Rússia incluem metais não ferrosos, como platina e paládio, que são catalisadores para a purificação de gases de escape de automóveis, o que provavelmente terá um impacto considerável nas montadoras e fabricantes de autopeças, que são as principais indústrias de Aichi.
Os preços dos principais itens de exportação da Rússia, como petróleo e gás natural, mais trigo e milho, deverão subir.
Em relação a estes, o Japão não importa muito diretamente da Rússia, mas se as sanções econômicas reduzirem as exportações da Rússia, a oferta para o mundo ficará estagnada, causando concorrência e aumento dos preços globais.
O preço da gasolina e o aumento do preço dos produtos à base de trigo provavelmente afetarão os bolsos dos consumidores finais. O litro da gasolina, atualmente na faixa dos 170 ienes, poderá ter um aumento chegando a 18 ou 190 ienes.
Fontes: NHK e TV Aichi