Na quinta-feira (24) o Sindicato dos Trabalhadores de Sapporo realizou uma coletiva de imprensa para informar sobre a ação judicial do Rancho Hanabatake, a qual produz os famosos caramelos frescos e bolos, exigindo o pagamento de 2 milhões de ienes aos trabalhadores vietnamitas que fizeram greve.
Segundo as explicações, 38 funcionários vietnamitas protestaram contra o aumento das contas de serviços públicos – água, energia elétrica e gás – do alojamento, em 26 de janeiro na Fábrica Tokachi No. 2 do Rancho Hanabatake, na vila Nakasatsunai (Hokkaido).
Sem diálogo, decisão de greve
Nessa ocasião, a empresa não tinha sindicato, e os funcionários notificaram a empresa através de um grupo no LINE, em 25 de janeiro pedindo para rever o aumento de mais que o dobro, pois eram descontados 7 mil ienes e a empresa passou a cobrar 15 mil ienes.
Como o presidente da empresa não respondeu, os 40 trabalhadores decidiram fazer greve no dia 26, depois de várias tentativas de diálogo. Nessa noite, após a greve, o presidente da empresa informou que voltaria a descontar 7 mil ienes.
Depois da greve, corte dos trabalhadores
No entanto, em 7 de fevereiro a empresa deu aviso de suspensão do vínculo empregatício para encerrar em 15 de março, enviando uma notificação de caducidade do contrato de trabalho, além de um aviso de ação disciplinar por 7 dias de suspensão do trabalho pela greve, para os 40 vietnamitas, incluindo os 2 que não participaram da greve.
Após a greve, 4 desses trabalhadores, os quais lideraram o movimento, aderiram ao Sindicato dos Trabalhadores de Sapporo, cidade onde fica a sede da empresa.
Contra esses 4 trabalhadores a empresa entrou com uma ação para que eles paguem 2 milhões de ienes, ou seja, 500 mil para cada um. O sindicato está defendendo os 4, com o argumento de que “foi um ato legítimo para defender as condições de trabalho”.
Trabalhadores não regulares e vulneráveis
No entanto, o Rancho Hanabatake se sente prejudicada pelo “abandono do local de trabalho“, na greve anterior à formação do sindicato, por isso exige a indenização.
Um dos trabalhadores vietnamitas que participou da reunião disse que “fiquei assustado com a forma que a empresa está lidando com a situação, mas quero continuar trabalhando lá”.
“É terrível ver essa empresa usando unilateralmente palavras pesadas para buscar compensação por danos das pessoas extremamente vulneráveis, como os trabalhadores estrangeiros não regulares. Quero pedir a desistência da indenização porque é extremamente injustificado”, declarou o representante do sindicato.
O representante da empresa não quis se manifestar.
Fontes: Asahi e UHB