Volodymyr Zelensky é o nome que mais aparece na mídia diariamente, de todo o mundo. É o sexto presidente da Ucrânia, eleito pelo povo, com 73% dos votos no segundo turno e iniciou seu gabinete em maio de 2019.
Até chegar a chefe de Estado, começou atuando como comediante quando tinha 17 anos e prosseguiu também como ator. Atuou como presidente da Ucrânia na série The Servant of the People, que foi ao ar por 4 anos, até 2019, e era muito popular.
Não deixou de estudar, afinal, seus pais, judeus, têm carreiras acadêmicas. O pai é professor e cientista da universidade de Kiev, na área de cibernética e computação; enquanto sua mãe é engenheira. Zelensky é formado em direito pela Universidade de Kiev, hoje Universidade de Nacional de Kryvyi Rih, embora não tenha trabalhado na área jurídica.
Fala ucraniano, russo e inglês fluentemente, o que lhe permite conversar com vários líderes, inclusive Vladimir Putin, presidente do país vizinho, o qual iniciou uma verdadeira guerra na Ucrânia.
Corrupção, covid e guerra
No seu primeiro mandato teve que enfrentar a epidemia do novo coronavírus, com reflexos econômicos, e trabalhar fortemente contra a corrupção, conforme promessa de campanha.
Também prometeu acabar com o conflito da Ucrânia com a Rússia, o qual remonta – na história mais recente – a 1997, quando esses dois países e Bielorrússia assinaram o chamado Grande Tratado. Assim, Moscou reconheceu as fronteiras, incluindo Crimeia, cujo povo é composto de etnia russa na maioria.
Mas, com Putin no poder, o curso da história começou a mudar de novo. E a partir daí, vieram os conflitos com a barragem, com a Revolução Laranja, querer tomar Crimeia de novo, guerra em Donbass e assim por diante.
Zelensky tentou dialogar com o presidente russo Vladimir Putin, mas as tensões foram aumentando desde 2021 e culminou nessa invasão em 24 de fevereiro.
Redes sociais e comunicação online
Zelensky tratou de acalmar a população usando habilmente as redes sociais, quando a invasão começou, enquanto buscou apoio na OTAN-Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar, da qual a Ucrânia não faz parte.
A invasão russa se tornou uma guerra, pois o exército de Putin começou a bombardear edifícios residenciais, escolas, hospitais e, consequentemente, matar civis. São mais de 3,6 milhões de ucranianos que deixaram o país, em busca de abrigo em locais seguros, especialmente na Polônia. Sem falar nas mortes e feridos.
Diariamente, mesmo sob tentativas de assassinato, por 3 vezes, Volodymyr Zelensky, grava mensagens de vídeo para falar com o seu povo, seja através do Facebook, Instagram, Twitter, Telegram ou YouTube. Não deixou o país como foi recomendado por outros presidentes. Vai ficar para sempre a frase usada quando declarou: “a luta é aqui [em Kiev]; eu preciso de munição, não de uma carona“.
Também usa videoconferências para dialogar e pedir ajuda a outros chefes de Estado.
Videoconferência com as pessoas que arrecadaram 35 milhões de dólares para ajudar os refugiados, através do Flexport e Airbnd.
.@aplusk & Mila Kunis were among the first to respond to our grief. They have already raised $35 million & are sending it to @flexport & @Airbnb to help 🇺🇦 refugees. Grateful for their support. Impressed by their determination. They inspire the world. #StandWithUkraine pic.twitter.com/paa0TjJseu
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 20, 2022
Símbolo da resistência
Após o início da invasão, Zelensky declarou lei marcial em toda a Ucrânia e fez uma mobilização geral das forças armadas. Sua liderança durante a crise lhe rendeu ampla admiração internacional, e foi descrito como um símbolo da resistência ucraniana.
Tem em seu gabinete muitos ministros jovens como ele, todos hábeis em comunicação digital. Uma das armas ucranianas é a comunicação online.
O historiador Andrew Roberts o comparou a Winston Churchill. A Harvard Political Review disse que Zelensky “aproveitou o poder das mídias sociais para se tornar o primeiro líder de guerra verdadeiramente online da história, ignorando os guardiões tradicionais enquanto usa a internet para alcançar as pessoas”.
Post de mensagem de glória aos heróis e ao povo, cujo vídeo foi postado em todas as suas redes sociais.
Herói judeu
Outros comentam que é um herói global, como The Hill, Deutsche Welle, Der Spiegel e USA Today. O BBC News e The Guardian relataram que sua resposta à invasão recebeu elogios até mesmo de críticos anteriores.
Pela sua origem, Zelensky foi chamado pelo Times of Israel como o “defensor judeu da democracia ucraniana“. Gal Beckerman do The Atlantic descreveu Zelensky como tendo “dado ao mundo um herói judeu“.
O herói judeu já mandou vários recados para Putin: “Meu Deus, o que você quer? Deixe nossa terra. Se você não quer sair agora, sente-se comigo na mesa de negociações. Mas não a 30 metros de distância, como Macron e Scholz. Eu não mordo”.
A verdade é que Zelensky sabe se comunicar, tanto com seu povo como com os líderes de outros países e vem comovendo o mundo com suas falas.
Vida privada e a primeira-dama
A vida do herói global não é só no gabinete, nas reuniões com os ministros, no front de guerra ou atrás das câmeras. Zelensky tem família, composta pela esposa Olena, com quem se casou em 2003, e dois filhos, uma de 18 e um de 9 anos.
Olena Zelenska é frequentemente mencionada pelo marido, como quando ele falou online com o parlamento japonês, em 23 de março. Nessa ocasião disse que ela se inspirou no Japão para criar audiobooks para as crianças com deficiência visual.
A primeira-dama tem apoiado as causas das Paralimpíadas, alimentação infantil e violência doméstica, destacou o Washington Post.
Zelenska, 44, cresceu na cidade ucraniana central de Kryvyi Rih, onde Zelensky também foi criado. O casal se conheceu na faculdade, onde ela estudou arquitetura e ele direito, mas o casal encontrou carreira na comédia, onde ela desenvolvia os roteiros.
Fontes: Washington Post, Britannica, DW e Wikipedia