Cena da cidade de Mariupol (Ukrinform)
Segundo uma matéria publicada na revista online Friday do Japão, na Rússia foram criados locais chamados de “campos de filtragem”, para onde são levados os mais de 40 mil civis raptados da Ucrânia, durante a invasão, desde 24 de fevereiro.
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“A primeira coisa que fazem é confiscar os passaportes desses raptados da Ucrânia, para que não possam fugir para outro país. Em seguida, verificam seus corpos em busca de tatuagens como a bandeira ucraniana. Também são questionados sobre sua ideologia e crenças, com a finalidade de determinar se a pessoa é adversa em relação a Rússia”, explicou um jornalista internacional.
Muitos desses campos estão localizados perto da muito fria Sibéria, das minas de carvão no extremo oriente de Sakhalin, onde a temperatura no inverno chega a -20ºC, ou locais de mineração de gás natural. Mesmo de Mariupol, no sul da Ucrânia, que fica perto da Rússia, são mais de 7 mil km em linha reta. Ou seja, bem longe da terra natal.
Trabalho forçado por 2 anos
Para os ucranianos raptados são encontrados locais para o trabalho, através de uma central de emprego e são proibidos de deixar a Rússia por dois anos, explicou o jornalista.
Para a Rússia, os ucranianos raptados são uma poderosa “arma”. Isso porque pressiona o governo ucraniano como reféns. De acordo com a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, pelo menos 40 mil civis foram sequestrados, incluindo mais de 2 mil crianças.
Em 29 de março, de uma maternidade da cidade de Mairupol invadida pela tropa russa, 70 pessoas, entre pacientes e funcionários, foram levados à força pelos soldados.
Violação dos direitos humanos
A Câmara Municipal enfatizou que “as tropas russas vêm deportando cinicamente civis para seu território. Acredita-se que mais de 20 mil moradores de Mariupol foram raptados para a Rússia contra sua vontade. Os cidadãos têm suas identidades retiradas antes de serem enviados para os chamados campos de filtragem. Em seguida, são redirecionados para cidades remotas em toda a Rússia. O princípio da distribuição e os motivos da deportação permanecem obscuros”, diz o relatório, cujas informações são basicamente as mesmas do jornalista internacional.
De acordo com o prefeito de Mariupol, Vadym Boychenko, o que a Rússia está fazendo hoje viola os direitos humanos reconhecidos internacionalmente.
“Não serão forçados a viver tão terrivelmente quanto foi durante a Segunda Guerra Mundial, mas para a Rússia, esses raptados ajudam no declínio populacional e à reposição de mão de obra”, analisa o jornalista.
Fontes: Ukrinform e Friday