A Ryanair está enfrentando acusações de discriminação racial após forçar sul-africanos a fazer um teste em africâner antes de embarcar em voos para suas casas partindo do Reino Unido e outras partes da Europa.
A companhia aérea de baixo custo, a qual afirmou que o “questionário simples” era parte de esforços para combater portadores de passaportes sul-africanos fraudulentos, está enfrentando críticas por conduzir o teste geral de conhecimentos em uma língua que é a terceira mais usada no país e teve um papel controverso na opressão de cidadãos negros durante o apartheid.
Alguns também questionaram o conteúdo do teste, dizendo que tópicos incluindo de qual lado da estrada os sul-africanos dirigem não determinariam em si se alguém era um portador de passaporte genuíno.
O teste parece ter sido forçado pela companhia aérea após o governo sul-africano ter levantado preocupações sobre uma alegada série de fraudes de identificação, dizendo que criminosos estavam fabricando e vendendo passaportes sul-africanos falsos.
Entretanto, não está claro por que a Ryanair tem conduzido testes em africâner ao invés de outros idiomas como zulu e xhosa, os quais são a primeiro e o segundo mais usados nos lares sul-africanos.
Um passageiro sul-africano disse ao site Financial Times que o teste da Ryanair era “extremamente excludente” e que a companhia aérea não havia considerado suas implicações, visto que os sul-africanos negros foram forçados a usar o africâner durante o regime do apartheid. “Isso definitivamente equivale a uma discriminação racial indireta”.
Fonte: The Guardian