A Rússia deixou de pagar sua dívida externa pela primeira vez desde a revolução de Bolshevik há mais de um século.
Após reportagens de que Moscou havia falhado em pagar US$100 milhões em juros em dois títulos durante um prazo de tolerância de 30 dias que expirou no domingo (26), a Casa Branca disse que o calote mostrou o poder das sanções do Ocidente impostas sobre a Rússia após ela ter invadido a Ucrânia.
A Rússia negou o default, dizendo que os pagamentos haviam sido feitos, em dólares e euros, em 27 de maio e que o dinheiro estava bloqueado na Euroclear, uma empresa belga que presta serviços financeiros especializados em liquidação e custódia de títulos escriturais.
O calote histórico havia sido amplamente antecipado após metade das reservas estrangeiras da Rússia terem sido congeladas.
A União Europeia também dificultou a vida para Moscou atender suas obrigações de dívida no início deste mês ao sancionar o Depositório Nacional de Liquidação da Rússia.
“As alegações de calote são incorretas porque o pagamento necessário foi feito em maio”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, durante uma coletiva de imprensa regular na segunda-feira (27).
O fato de que o dinheiro transferido para a Euroclear não foi passado para investidores “não era nosso problema”, disse ele.
“Então não há base para chamar isso de calote”, disse.
Desde 2014, a última vez que o Ocidente sancionou a Rússia pela sua anexação da Crimeia, o Kremlin havia acumulado cerca de US$640 bilhões em reservas estrangeiras. Cerca da metade desses fundos está agora congelada sob sanções do Ocidente impostas após a invasão à Ucrânia.
Fonte: CNN