O principal diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Pacífico Ocidental, o Dr. Takeshi Kasai, foi removido de seu posto indefinidamente, de acordo com correspondência interna obtida pelo Associated Press (AP).
A remoção de Kasai ocorre meses após uma investigação da AP ter revelado que dezenas de funcionários o acusaram de racismo, comportamento abusivo e antiético que prejudicaram os esforços da agência das Nações Unidas em deter a pandemia de coronavírus na Ásia.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse aos funcionários no Pacífico Ocidental em um email na sexta-feira passada que Kasai estava “de licença”, mas não ofereceu mais detalhes. Em uma declaração, a organização disse que era incerto por quanto tempo ele ficaria afastado.
Em janeiro deste ano, a AP divulgou que mais de 30 funcionários não identificados enviaram uma queixa confidencial para a alta liderança da OMS e membros do Conselho Executivo da organização, alegando que Kasai havia criado uma “atmosfera tóxica” nos escritórios da OMS no Pacífico Ocidental.
Documentos e registros mostraram que Kasai fez comentários racistas contra seus funcionários e culpou o aumento de casos de covid-19 em alguns países no Pacífico pelas suas “faltas de capacidade devido as suas culturas inferiores, raça e nível socioeconômico”.
Vários funcionários da OMS trabalhando sob as ordens de Kasai disseram que ele compartilhou de forma imprópria informação sensível sobre vacinas contra covid-19 para ajudar o Japão, seu país de origem, a marcar pontos políticos com suas doações.
Dias após a reportagem da AP, o chefe da OMS, Tedros, anunciou que uma investigação interna sobre Kasai havia começado. Vários meses depois, entretanto, funcionários da organização alegaram que Kasai estava manipulando o inquérito.
Kasai é um médico japonês que iniciou sua carreira no sistema de saúde pública do país ante de se mudar para a OMS, onde ele trabalha há mais de 15 anos.
A remoção de um diretor regional na OMS, mesmo que temporariamente, é “sem precedentes”, de acordo com Lawrence Gostin, diretor do Centro de Colaboração da OMS sobre Lei de Saúde Pública e Direitos Humanos na Universidade de Georgetown.
Fonte: Japan Today