A indústria automobilística do Japão recuperou a produção e as vendas em 2023, com a redução do impacto da pandemia do coronavírus e superando a escassez de semicondutores.
Entretanto, na China, o maior mercado do mundo, a mudança para veículos eléctricos (VE) progrediu e as montadoras japonesas que operam nesse país estão enfrentando dificuldades. Foi também um ano em que surgiram novos desafios nos Estados Unidos.
O volume total de produção global das 8 montadoras japonesas de carros excedeu o mesmo mês do ano passado durante nove meses consecutivos até outubro, e o volume de produção acumulado de janeiro a outubro aumentou 6,7% em relação ao mesmo período do ano passado, para aproximadamente 21,38 milhões de unidades.
O impacto da pandemia do coronavírus recuperou a tal ponto que “deixou de ser um fator de aumento ou diminuição da produção e das vendas”, disse uma fonte da Toyota Motor. Embora a escassez de semicondutores ainda tenha alguns efeitos, por volta de setembro as vozes das grandes montadoras disseram que “quase desapareceu”.
Assim, a escassez na oferta de veículos está melhorando e se vê recuperação nas vendas.
Por outro lado, no mercado da China, a procura de veículos de novas energias, incluindo o VE, está aumentando, o que coloca as montadoras de carros movidos a gasolina, tanto as japonesas quanto as europeias, em dificuldade.
De acordo com a MarkLines, as vendas na China, no período de janeiro a outubro, caíram 25,1% para a Nissan, 16,7% para a Honda e 3,6% para a Toyota. A Mitsubishi Motors decidiu retirar a produção da China em outubro, sendo que a Toyota e a Honda também estão reduzindo o número de trabalhadores nas suas fábricas, à medida que cada uma delas se apressa para aumentar os seus lucros.
Além da China, desafios no Sudeste Asiático e EUA
No mercado chinês, cada montadora tem capacidade de produção excedentária e os fabricantes locais também lutam para garantir lucros, aumentando as exportações para o Sudeste Asiático e para a Europa.
As montadoras japonesas têm uma elevada fatia do mercado no Sudeste Asiático, mas a concorrência com os fabricantes chineses deverá ficar acirrada.
Além disso, embora tanto a produção como as vendas sejam fortes nos Estados Unidos, o aumento dos custos laborais devido à elevação dos preços é um problema. As 3 gigantes e principais montadoras na terra do Tio Sam, Toyota, Honda e Nissan, também decidiram aumentar os salários.
Os fabricantes de peças estão tendo dificuldade em garantir mão de obra e há casos em que a produção é afetada. As tendências na economia dos Estados Unidos também deverão ter um grande impacto no desempenho de cada montadora em 2024.
Fonte: Newswicht