No mês passado, a NHK entrevistou 78 autoridades locais em todo o Japão com centros de orientação infantil e descobriu que pelo menos 77 casos de consulta ou notificação de suspeita de abuso com base em crenças religiosas foram recebidos nos cinco anos até o ano passado, em reportagem desta quarta (1).
Entre as respostas recebidas, “abuso psicológico” foi responsável pelo maior número de casos (33), “negligência” foi responsável por 28 e – “abuso físico” foi responsável por 5.
Especificamente, muitos casos de abuso psicológico envolviam ser forçado a participar de atividades religiosas, como ser ignorado quando se recusava a participar de reuniões de grupos religiosos ou ser restringido em suas carreiras.
Em “negligência”, houve casos de pais que recusaram transfusões de sangue para tratamento médico, enquanto em “abuso físico”, houve casos de crianças que foram espancadas enquanto assistiam à TV durante o horário de oração.
A polícia foi o canal consultado ou notificado com mais frequência, com 14 casos, seguida por escolas em 11 casos, parentes em 10 casos e instituições médicas em 8 casos.
Quando perguntados sobre os desafios para lidar com o problema, alguns apontaram que é difícil trazer o problema à tona, como nos casos em que as próprias crianças não estão cientes do abuso ou não consultam outras pessoas por medo de perturbar o relacionamento entre pais e filhos, e que é difícil julgar como fornecer orientação dentro de uma faixa que não infrinja a liberdade de religião ou crença dos pais.
Alguns comentaram que os pais nem sempre entendem os sentimentos dos filhos, destacando as dificuldades de lidar com questões específicas da religião.
Os Centros de Orientação Infantil decidiram melhorar o ambiente no qual as crianças podem ser resgatadas, informando sobre vários serviços de consulta e oferecendo treinamento para a equipe que lida com esses casos.
Fonte: NHK