O novo visto específico para o descendente de quarta geração chamado de yonsei foi autorizado pelo governo japonês a partir deste mês. Desde que seja descendente pode ser aplicado no Brasil e nos demais países onde os japoneses imigraram, permitindo trabalhar no Japão. Porém, com restrições e condições.
Na capital paulista, uma agência que providencia a documentação recebeu a visita de uma yonsei. Cristiane Ouji, 20, tem bisavós japoneses. Dos 6 aos 12 anos viveu em Higashiomi (Shiga), levada pelos seus pais. Tornou-se fã da cultura e do país. Tanto que pensa em voltar com a liberação do novo visto.
Visitou a agência de Cori Passos, 43 anos. Lá deu uma entrevista para a Kyodo. Cristiane está grávida e, se quiser voltar ao arquipélago, não poderá trazer o bebê. “Gostaria que meu filho recebesse a mesma educação que tive lá. Espero que relaxem essa condição”, manifestou.
Passos critica “para os brasileiros é muito importante que a família fique junta”.
Mais críticas
Há descendentes de quarta geração criados no Japão e de volta ao Brasil não conseguem se comunicar em português e não se adaptam à cultura pátria.
Várias entidades que dão apoio e conhecem essa realidade de perto entregaram um manifesto para a Embaixada do Japão em junho de 2016, solicitando visto para o yonsei.
Esse foi o gancho para o governo japonês se sensibilizar, segundo a agência Kyodo.
As entidades agora pedem que o novo sistema tenha as mesmas condições do visto para sansei, ou de terceira geração. Pedem a inclusão do gosei, ou de quinta geração. Também pedem relaxamento na questão da limitação de idade, atualmente de 18 a 30 anos. Afinal, segundo as entidades há pelo menos 150 mil descendentes de quarta geração com idade superior a 30 anos.
A presidente do Bunkyo-Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, Harumi Goya se manifesta. “A criação do novo sistema foi boa, mas a imposição do conhecimento do idioma de nível 4 é difícil. Isso dificulta para o yonsei”, avalia.
Materiais explicativos em português e outros idiomas
Para compreender e se aplicar, há materiais em PDF produzidos pelo governo japonês, em português. Toque sobre os tópicos e será dirigido para a página web.
Caso prefira ler tudo em japonês, toque aqui e será direcionado para a página web do Ministério da Justiça que explica detalhadamente.
Fonte e foto: Kyodo