Chita Shiritsu Fureai Plaza, em Chita (Aichi), foi o local escolhido para reunir dezenas de mulheres soldadoras no domingo (7). O primeiro de outros mais foi organizado pela veterana Manuela Barão, 39, da mesma cidade, com 15 anos de experiência.
“Por ser uma profissão muito técnica não há idade para começar nem para terminar. Nunca vi um anúncio de profissional de solda com limite de idade.
A partir de 6 meses ela consegue ser uma profissional de soldagem, entrando como aprendiz em uma empresa”, explica Manu, como é conhecida.
Ela conta que “a escolha foi por um olhar para o salário, mas acabei me apaixonando e tenho muito orgulho da minha profissão. Conquistei esse espaço dentro de um universo masculino”.
Abrindo portas para elas
Manu tem um projeto para trazer novas mulheres para a área de soldagem, junto com o grupo SOS Mamães, com curso e inserção delas no mercado. Há muitas vagas, com necessidade urgente. Assim como ela, outras soldadoras conquistaram o mesmo salário dos colegas do sexo oposto como profissionais de soldagem.
“Estamos abrindo as portas de um grupo de mulheres como profissionais da área metalúrgica”, pontuou Manu.
E ela explica sobre as vantagens delas: “as mulheres são caprichosas, esforçadas e dedicadas. O número de mulheres neste encontro mostra que a gente veio pra ficar”.
O motivo do encontro é o reconhecimento da mulher na área metalúrgica. “Com esforços individuais todas têm conseguido o seu lugar no mercado. Resolvemos nos reunir para formar um grande grupo e não mais uma ou outra”, explicou.
Soldadoras por indicação do pai
Uma delas é Cintia Hokama, 32, há anos na profissão. Iniciou em estaleiro recebendo ¥800 a hora, bem menos do que os homens iniciantes. O início foi com eletrodo, aos 17 anos, depois passou para robô, e para aprender precisa praticar de 6 meses a 1 ano. Obteve as licenças através da própria fábrica.
O gancho para a entrada foi aos 16 anos, onde o pai já trabalhava com pintura no estaleiro e a colocou no lugar de uma mulher que estava de saída.
Outra que se inseriu por indicação do pai no estaleiro em Hiroshima foi Renata Mori, 35, de Chita (Aichi), aos 18 anos. “Há um certo preconceito em relação à mulher, mas tem que aprender e adquirir experiência”, relata.
Em 7 meses aprendeu o básico e depois foi se desenvolvendo. O salário é convidativo e, com experiência, fica equiparado ao dos homens. Tem que obter as licenças para ganhar no mínimo 2 mil ienes a hora.
“Aqui em Aichi têm poucas mas em Hiroshima têm bastantes mulheres na solda. Acredito que em Aichi está começando a ter uma abertura, mais aceitação”, explica.
Soldadora pela Hello Work
No caso da Patrícia Matsunaga, 34, de Tsu (Mie), na solda há 2,5 anos, o começo foi um curso técnico oferecido pela Hello Work e foi aprovada em um teste na cidade de Chita (Aichi). Depois de 2 anos voltou a Tsu e, mais tarde, obteve uma vaga na metalúrgica.
Como as demais a escolha da profissão foi pelo salário. Observou que para quem inicia há uma diferença de salário com o colega do sexo oposto mas à medida que avança, iguala. Apesar de ter enfrentado preconceito por ser mulher mostra que a qualificação elimina isso.
“Precisa ter força de vontade, buscar qualificação e saber que muitas vezes precisa mudar de cidade”, indica Patrícia.
O evento contou também com a presença de uma psicóloga do Projeto Tsuru, e uma palestra de PNL com o tema “Mudando o estado emocional”.
Como disse Manu, há falta de profissionais dessa área metalúrgica no mercado, portanto, quem tiver força de vontade poderá vislumbrar uma carreira de altos ganhos. O contato com a organizadora do evento pode ser feito através do Facebook dela (toque aqui para abrir). Veja também as fotos deste primeiro encontro em Aichi clicando aqui.
Fotos e vídeo: Portal Mie