Rio Yalu em Dandong, China (Wikimedia/Prince Roy)
Trabalhadores norte-coreanos começaram a deixar a cidade de Dandong, após a última rodada de sanções que busca restringir a habilidade de Pyongyang de obter renda em moeda estrangeira, dizem empresas locais e investidores.
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Quase 100 mil trabalhadores no exterior, que vivem principalmente na China e Rússia, direcionam cerca de 500 milhões de dólares em salários por ano para ajudar a financiar o regime norte-coreano, segundo o governo dos Estados Unidos.
A cidade de Dandong
Dandong, uma cidade de 800 mil pessoas ao longo do Rio Yalu que define a fronteira com a Coreia do Norte, é lar para muitos restaurantes e hotéis que contratam garçonetes e músicos norte-coreanos. Suas músicas empolgantes e performances de dança são uma atração turística.
Milhares de trabalhadores, na sua maioria mulheres, também são contratados por fábricas chinesas de roupas e eletrônicos em Dandong, com uma proporção significante de seus salários indo direto para o regime norte-coreano.
Um Café chamado Wing, por exemplo, costumava fazer propaganda de suas “belas garçonetes” na frente de seu estabelecimento, ao longo do rio Yalu. Agora, a placa foi retirada e o café informou que as funcionárias retornaram ao seu país nas últimas semanas após a expiração de seus vistos.
Vídeos recentes que circulam na mídia social chinesa mostram centenas de mulheres norte-coreanas aguardando na fila para passar pela imigração no portão de fronteira de Dandong. Um repórter da agência Reuters viu um grupo de 50 mulheres norte-coreanas esperando para atravessar a fronteira na manhã da última sexta-feira (29).
Limite no número de trabalhadores permitidos no exterior
Em resposta ao sexto e mais poderoso teste nuclear realizado por Pryongyang no mês passado, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 11 de setembro, intensificou uma resolução de 5 de agosto que coloca um limite no número de trabalhadores permitidos no exterior.
Rodadas sucessivas de sanções comerciais da ONU agora proíbem 90% das exportações publicamente reportadas de 2,7 bilhões de dólares da Coreia do Norte.
No dia 11 de setembro, as sanções também ordenaram o fechamento de todos os empreendimentos conjuntos com a Coreia do Norte e acrescentou os têxteis a uma lista de exportações proibidas, que já incluem carvão, minério de ferro e frutos do mar.
Em uma declaração no dia 28 de setembro, o Ministério do Comércio da China ordenou a implementação de novas sanções em todo o país dentro de 120 dias.
Forçados a sair
As sanções permitem servir contratos existentes. Pessoas de negócios em Dandong, através das quais a maioria do comércio entre os dois países ocorre, disse que os contratos não poderiam ser renovados e novos vistos não estavam sendo aprovados.
Um supervisor chinês de uma fábrica de fiação eletrônica para automóveis disse que enquanto a maioria de seus 300 trabalhadores norte-coreanos têm contratos de múltiplos anos expirando em épocas diferentes, aqueles que chegaram a Dandong após o dia 5 de agosto já foram forçados a sair. Ele não mencionou quantos.
Fonte: Agência Reuters
Imagem: Wikimedia