O Ministério da Justiça do Japão parece estar decidido a introduzir um novo visto de permanência, o que permitirá a vinda dos descendentes de japoneses de quarta geração – yonsei – do Brasil e Peru.
O novo visto poderá ser introduzido até o final deste ano fiscal, ou seja, até março do ano que vem, segundo informação publicada pelo jornal Asahi desta quinta-feira (19). Para isso, o ministério abriu um espaço para comentários públicos. As opiniões colhidas serão consideradas para a implementação do visto para yonsei.
O Partido Liberal Democrático já vinha solicitando ao governo a liberação, como uma das medidas para sanar a falta de mão de obra, desde maio deste ano. No entanto, há preocupação de que esse seja usado como uma válvula de ajuste para o “trabalhadores baratos”, como ocorre com os estagiários técnicos.
Visto para yonsei
O novo visto a ser concedido para os descendentes de quarta geração é para que possam trabalhar livremente no país. A categoria desse visto poderá ser de “atividades específicas” (特定活動, lê-se tokutei katsudo).
As condições são de que o candidato tenha idade entre 18 a 30 anos, tempo de visto de permanência de 3 anos, com renovação a cada ano, sem o acompanhamento da família e conhecimento do idioma japonês. Isso inclui compreensão e escrita, no nível suficiente para conversação diária.
O Ministério da Justiça repetiu as palavras já usadas anteriormente. “Que eles sirvam de ponte entre a sociedade nikkei que vive no Japão e a sociedade japonesa”, explica.
Queda dos trabalhadores nikkeis
Em 2007 havia 364 mil nikkeis – brasileiros, peruanos e outros sulamericanos – e após o Lehman Shock a queda foi brusca.
A queda chegou a 222 mil nikkeis no Japão, no final de 2016.
Visto para yonsei sem imposições
A professora Eriko Suzuki, da Universidade de Kokushikan, especialista no recebimento de trabalhadores estrangeiros, foi ouvida.
“Se for aceitar a entrada de nikkeis de quarta geração por terem ‘laço com o Japão’, impor a condição do conhecimento do idioma japonês é estranho. Deveriam ser recebidos como os de segunda e terceira gerações”, contesta.
Fonte: Asahi Shimbun Foto: Jang Office