Mulher deficiente pretende processar governo por esterilização forçada quando era jovem

Uma mulher com deficiência intelectual planeja mover ação judicial contra o governo por esterilizá-la quando era jovem sob uma lei que visava “prevenir o nascimento de descendentes inferiores”.

A mulher sustenta que a operação eugênica, executada sem seu consentimento, violou seu direito constitucional da busca pela felicidade (imagem ilustrativa)

Uma mulher com deficiência intelectual de aproximadamente 60 anos planeja mover ação judicial contra o governo por esterilizá-la quando era jovem sob uma lei que visava “prevenir o nascimento de descendentes inferiores”.

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A ação judicial, que será apresentada no início de janeiro, seria a primeira no Japão a desafiar a constitucionalidade de forçar operações de esterilização sob a Lei de Proteção Eugênica de 1948, de acordo com os advogados da mulher.

A mulher, que vive na província de Miyagi, exigirá do estado um pedido de desculpas e indenização, sustentando que a operação eugênica, executada sem seu consentimento, violou seu direito constitucional da busca pela felicidade.

“(O que ela vivenciou) foi tudo além de desumanidade e desconsideração pelos direitos humanos”, disse a cunhada da mulher em um simpósio realizado em Tóquio no dia 3 de dezembro.

A Lei de Proteção Eugênica

Sob a Lei de Proteção Eugênica, autoridades tinham permissão para forçar pessoas com certas condições, como desordens mentais, doenças hereditárias ou doença de Hansen, a realizarem abortos ou se submeterem a procedimentos de esterilização.

Cerca de 84 mil pessoas no Japão perderam suas habilidades de reprodução sob a lei, de acordo com um estudo realizado pela Associação de Advogados. Dentre elas, 16.500 passaram por procedimentos de esterilização sem seus consentimentos.

Se médicos considerassem que tal operação era necessária, um painel de verificação estabelecido em cada província revisaria o caso. Se o painel aprovasse, a operação seria realizada.

O predecessor do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar também emitiu uma diretiva estabelecendo que a cirurgia é executada contra os desejos de indivíduos específicos.

Lei revisada em 1996

A lei foi revisada como Lei de Proteção à Maternidade em 1996 e a cláusula relativa a operações de esterilização eugênica foi removida.

A mulher de Miyagi desenvolveu uma severa deficiência intelectual quando era muito jovem após um falho tratamento envolvendo anestesia, de acordo com um parente.

Com base em sua solicitação de revelação de informações, o governo de Miyagi divulgou em julho registros os quais mostraram que ela foi submetida a uma ligação das trompas em um hospital na província quando ela tinha 15 anos de idade.

A razão para a cirurgia foi listada como “deficiência intelectual hereditária”, de acordo com registros.

Nenhum documento foi encontrado para indicar que o governo ou funcionários da província explicaram sobre a operação com antecedência à mulher.

A mulher regularmente sofre com dores abdominais em decorrência da operação e cicatrizes da cirurgia ainda são visíveis.

Antes dela completar 30 anos, seus ovários foram removidos para tratar uma adesão ovariana que se desenvolveu como resultado da operação de esterilização.

O Comitê das Nações Unidas sobre a Eliminação da Discriminação Contra Mulheres em 2016 recomendou que o governo japonês iniciasse uma averiguação sobre a questão e indenizar as vítimas de esterilização forçada.

Fonte: Asahi
Imagem: Bank Image

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Demanda por abrigos nucleares aumenta no Japão

Publicado em 7 de dezembro de 2017, em Sociedade

As tensões contínuas em relação às ameaças nuclear e de mísseis da Coreia do Norte parecem estar aumentando a demanda por abrigos nucleares particulares no Japão.

CEO da Shelter Planning Co de Osaka posa com uma máscara de gás e um sala modelo para os abrigos nucleares da empresa no subsolo de sua casa (Reuters)

A Associação de Abrigos Nucleares do Japão disse que recebeu várias solicitações de pessoas sobre abrigos nucleares desde março, como onde elas podem encontrá-los ou como projetar um.

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De acordo com a estimativa da associação com sede em Kobe (Hyogo), o número de abrigos nucleares no Japão cobre apenas 0,02% da população de cerca de 127 milhões, enquanto eles são mais prevalentes na Europa e outros locais.

Crescimento nas vendas e um interesse maior do público

Contudo, parece que a situação também está começando a mudar no Japão enquanto as empresas que lidam com tais abrigos de emergência vêm observando recentemente um crescimento nas vendas e um interesse maior entre o público geral.

Alguns itens disponíveis no Japão visam reduzir os riscos de ser exposto a materiais perigosos na ocorrência de desastres nucleares, biológicos e químicos ou emergências, e o número de solicitações individuais sobre eles vem aumentando, de acordo com uma empresa que administra tal tipo de negócio.

Dezoito contratos neste ano e apenas um nos anos anteriores

Uma empresa do ramo com sede em Osaka que comercializa abrigos nucleares fabricados no exterior, fechou 18 contratos neste ano até o momento e seis negócios realizados separadamente estão em curso, em um contraste acentuado comparado a anos anteriores quando a empresa fechou apenas um contrato anualmente.

Recentemente, tem-se levado cerca de três meses para os abrigos serem entregues em alguns casos, segundo a empresa.

Exercícios de evacuação em 24 municípios

Enquanto isso, o governo elevou sua ameaça de segurança no mês passado, visto que mísseis norte-coreanos poderiam sobrevoar Tóquio. Os governos central e local conduziram exercícios de evacuação neste ano em uma ampla área do país em meio aos contínuos lançamentos de mísseis balísticos, incluindo aqueles que sobrevoaram o Japão.

De acordo com a Secretaria do Gabinete, exercícios de evacuação envolvendo o governo central e residentes locais foram conduzidos em 24 municípios de 21 das 47 províncias do Japão, e mais poderão seguir a ação.

Fonte: Japan Today, Kyodo
Imagem: Reuters, Bank Image

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