Apesar de suas independências recém-descobertas, as gêmeas siamesas do Butão, que foram separadas por médicos na Austrália há um pouco mais de uma semana passada, ainda querem ficar perto uma da outra, disseram enfermeiras aos repórteres.
As irmãs de 1 ano e 3 meses Dawa e Nima Pelden viajaram cerca de 9.600Km para a operação que mudaria suas vidas. Elas nasceram ligadas pelo estômago.
“Tentamos deixá-las separadas um pouquinho, mas elas de alguma davam um jeito de ficar perto uma da outra e colocavam suas pernas entrelaçadas sempre”, disse a enfermeira coordenadora Kellie Smith, que trabalha na ala de gêmeos do Royal’s Children Hospital de Melbourne.
Smith disse que enfermeiras tentaram colocá-las em camas separadas mas “elas não gostaram de jeito nenhum”.
“Elas estão em uma única cama juntas e felizes em brincar uma com a outra e é realmente belo de se ver”, frisou Smith.
“Elas também gostam que a mãe sempre fique por perto. Elas estão sempre olhando para a mãe e ela nunca está longe”.
O cirurgião pediátrico chefe, Joe Crameri, disse que as meninas estavam se recuperando bem seis dias após a operação.
O procedimento delicado, realizado em 9 de novembro, durou mais de seis horas e envolveu cerca de 25 cirurgiões, enfermeiras e anestesistas, de acordo com afiliada 9 News do CNN.
As gêmeas nasceram por cesariana no ano passado e podem ser as primeiras gêmeas siamesas do Butão. Assim como problemas de mobilidade e conforto, as gêmeas recentemente começaram a perder peso, o que era uma preocupação para os médicos, disse no mês passado Elizabeth Lodge, CEO da Children First Foundation, organização sem fins lucrativos com sede em Melbourne, que bancou a operação.
A operação das gêmeas teve um custo estimado de 180 mil dólares (250.000 dólares australianos) de acordo com a 9News.
Cirurgia difícil
Casos de gêmeos siameses ocorrem em um a cada 200.000 nascidos vivos, de acordo com o Centro Médico da Universidade de Maryland. Cerca de 70% são meninas e são sempre gêmeas idênticas.
Cientistas acreditam que gêmeos siameses se desenvolvem a partir de um único óvulo fertilizado que não consegue se separar completamente enquanto se divide.
“O sucesso de uma cirurgia depende por onde os gêmeos estão ligados e como e quantos órgãos são compartilhados, assim como a experiência e habilidade da equipe cirúrgica”, de acordo com a Mayo Clinic.
Fonte: CNN