O ex-presidente do conselho da Nissan Carlos Ghosn planeja citar aqueles que ele acredita estarem por trás de sua prisão em 2018 por alegada má conduta financeira, incluindo alguns no governo japonês, em uma coletiva de imprensa que será realizada nesta semana, disse uma emissora dos EUA na terça-feira (7).
Ghosn disse à Maria Bartimoro da Fox News no fim de semana que ele tem “evidência real” e documentos os quais provarão que houve uma conspiração para “tirá-lo” em resposta ao seu plano de fundir a Nissan com sua parceira de aliança Renault SA, a maior acionista da montadora, de acordo com a reportagem.
Carlos Ghosn, de 65 anos, estava aguardando julgamento no Japão por acusações incluindo má conduta financeira antes de ter fugido para o Líbano no fim de dezembro.
A Nissan disse na terça-feira em uma declaração que não há mudança em seu plano para tomar ação legal contra alegada má conduta cometida por Ghosn após sua partida para o Líbano, a qual a montadora chamou de “extremamente lastimável”.
“A viagem de Ghosn não afetará a política básica da Nissan de mantê-lo responsável pela má conduta descoberta pela investigação interna”, incluindo declaração incorreta de sua remuneração e apropriação indevida de patrimônios da companhia para seu benefício pessoal, disse a Nissan em sua primeira declaração emitida desde a fuga de Ghosn.
Fontes investigativas japonesas disseram que Ghosn viajou de Osaka para Tóquio de trem-bala em 29 de dezembro, antes de partir do Aeroporto Internacional de Kansai em uma fuga dramática do que ele disse ser um “sistema de justiça japonês manipulado”.
Ghosn, que foi preso há mais de 1 ano por promotores japoneses, foi solto sob fiança em abril de 2019 nas condições que incluíram não viajar ao exterior. Ele chegou ao Líbano via Turquia em 30 de dezembro.
O Líbano, que não tem tratado de extradição com o Japão, disse que Ghosn entrou no país legalmente em posse de um passaporte francês e cartão de identificação libanês. Ghosn tem nacionalidade brasileira, francesa e libanesa.
Ghosn deve realizar uma coletiva de imprensa em Beirute na quarta-feira (8), de acordo com uma rádio francesa, citando o porta-voz do ex-presidente do conselho da Nissan.
Fonte: Mainichi