Até 3,01 milhões de empregos no Japão poderiam ser perdidos devido à pandemia do novo coronavírus no ano até o próximo mês de março, um impacto mais sério do que a crise financeira global de 2008-2009, disse um instituto de pesquisa na quarta-feira (20).
No cenário de pior caso em que a contenção do vírus global é alcançada no fim deste ano, o Japão poderia ver uma queda de 4,5% no número de trabalhadores em relação a 2019, de acordo com o Instituto da Região de Chubu para Pesquisa Social e Econômica sediado em Nagoia (Aichi).
No ano fiscal de 2009, a crise financeira causada pelo colapso da Lehman Brotehrs Holdings Inc. levou cerca de 950 mil pessoas a perderem seus empregos no Japão, resultando em um declínio de 1,5% no número de trabalhadores, de acordo com o instituto.
O instituto fez a mais recente projeção também baseado no pressuposto de que o número de visitantes estrangeiros no Japão, que sustentou o consumo nos setores varejista, turístico e de restaurantes, não se recuperaria dentro do ano fiscal de 2020 até o próximo mês de março.
Por setor, o instituto estimou que varejistas e atacadistas veriam perdas de 845 mil empregos, a indústria de fabricação 614 mil, e acomodação e restaurantes 589 mil.
“Na época do colapso da Lehman Brothers, foi principalmente o setor de fabricação que foi mais afetado, mas desta vez todos serão”, disse Ryoichi Namba, economista no instituto.
A taxa de desemprego do Japão subiu para uma alta de um ano de 2,5% em março, sinalizando o impacto negativo da pandemia global na força de trabalho, com analistas e oficiais do governo esperando que a situação fique mais severa nos próximos meses.
A disponibilidade de trabalho também se deteriorou de 1.45 em fevereiro para 1.39 em março, atingindo seu nível mais baixo em 3 anos e meio, de acordo com dados do governo divulgados em abril. A proporção significa que havia 139 vagas de emprego para cada 100 candidatos.
Fonte: Kyodo News and Culture