A equipe da Agência do Japão para Pesquisa Médica e Desenvolvimento visa finalizar as diretrizes até o ano fiscal de 2025 (ilustrativa/banco de imagens)
Uma equipe de pesquisa do Japão disse na quinta-feira (17) que começou a elaborar diretrizes para facilitar o xenotransplante seguro de órgãos de animais geneticamente modificados para humanos, visto que experimentos envolvendo transplantes de rins e corações de porco para humanos ganham tração no exterior.
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A equipe da Agência do Japão para Pesquisa Médica e Desenvolvimento visa finalizar as diretrizes até o ano fiscal de 2025, com a esperança de que os procedimentos inovadores possam ajudar a endereçar a escassez global de doadores humanos de órgãos.
Contudo, com o xenotransplante envolvendo o transplante de células vivas, tecidos ou órgãos de uma espécie para outra, preocupações continuam em relação à transmissão de doenças não reconhecidas para recebedores e, por sua vez, a população humana geral.
No Japão, há uma pesquisa em andamento sobre transplante de células ilhotas de porco em portadores de diabetes tipo 1, com o Ministério da Saúde revisando em 2016 diretrizes sobre riscos associados ao procedimento. Entretanto, as diretrizes não cobrem o transplante de órgãos inteiros de animais.
A equipe de pesquisa AMED agora visa padronizar o procedimento completo para implementação doméstica, desde a reprodução de porcos livres de patógenos à coleta de órgãos para transplante.
“Queremos garantir que o conceito de xenotransplante se torne corretamente reconhecido pela sociedade como uma nova opção viável”, disse Hisashi Sahara, professor associado de imunologia de transplante na Universidade de Kagoshima que liderou a equipe.
Em janeiro de 2022, uma cirurgia inovadora nos EUA marcou o primeiro xenotransplante do mundo de um coração de porco – com 10 modificações genéticas para evitar rejeição imune e resposta inflamatória anormal – em um homem com insuficiência cardíaca. O indivíduo sobreviveu aproximadamente 2 meses após o procedimento.
Pesquisadores nos EUA também conduziram anteriormente xenotransplante de rins de porco geneticamente modificados em pacientes com morte cerebral.
Fonte: News and Culture