A coletiva de imprensa na quinta-feira (7) para apresentar o novo executivo da Johnny & Associates, o ainda ator e cantor Noriyuki Higashiyama, 56, ex-Johnny’s, teve grande repercussão porque houve um reconhecimento dos abusos sexuais cometidos pelo fundador, falecido Johnny Kitagawa (John Hiromu Kitagawa), mas mostrou poucas perspectivas de mudança.
No dia anterior, o Guinness World Records anunciou que excluiu dos registros do seu site os recordes atribuídos ao fundador Johnny Kitagawa, falecido em 2019. Em 2011, Kitagawa foi reconhecido pelo Guinness Book of World Records como a pessoa que produziu mais shows e também a que mais produziu singles número 1 em sucesso no mundo.
O motivo da exclusão foi o escândalo das denúncias de abuso sexual e, até que tudo seja esclarecido os recordes estarão suspensos. Segundo a empresa gestora, “o nosso código de conduta determina que examinaremos o assunto se a pessoa em questão for considerada culpada”.
JAL declina
A Japan Airlines (JAL) decidiu adiar o uso dos artistas filiados à Johnny’s Entertainment em anúncios até que medidas apropriadas – medidas de prevenção à recorrência e alívio das vítimas – sejam confirmadas, anunciou na noite de quinta-feira (7).
Cantor brasileiro Kauan Okamoto
O ex-Johnny’s, chamados de ジャニーズ em japonês, lançado por essa empresa produtora e promotora de artistas do sexo masculino, cantor Kauan Okamoto, deu uma coletiva de imprensa na sexta-feira (8).
“Me sinto com o coração mais leve, mas as feridas não cicatrizam facilmente. Não tenho mais nada a falar sobre a Johnny & Associates”, disse em relação à empresa ter admitido que ocorreram os abusos sexuais.
Entretanto, manifestou surpresa pelo fato da empresa continuar com o mesmo nome, dizendo que acha negativo.
Kauan Okamoto teve o início de sua carreira marcado por essa violência em 2012, quando ainda tinha 15 ou 16 anos, mas manteve isso em segredo, até que não aguentou mais segurar isso sozinho e denunciou em maio deste ano. Em seguida, outros artistas também começaram a declarar que foram vítimas do então fundador e produtor.
Porém, antes do cantor brasileiro, outros artistas – alguns que já deixaram o meio – já vinham denunciando, mas em vão, pois as grandes emissoras e a mídia do país fecharam os olhos e os ouvidos.
Uma equipe Especial de Prevenção de Recorrências, presidida por um ex-procurador e integrada por profissionais como psiquiatras e psicólogos, conversou com 41 pessoas, incluindo 23 artistas ou ex-artistas, que denunciaram os abusos sexuais, confirmando que ocorreram. Assim, foi constatado que dezenas de Johnny’s sofreram essa violência, entre meados da década de 1970 a meados de 2010, portanto, por longo período.
Fontes: Oricon, NTV, NHK, Mainichi, Sankei e BBC