Shisa Kanko: a técnica japonesa de segurança de gesticular e falar sozinho

A técnica, segundo o governo, reduz os erros nos locais de trabalho em até 85%. Saiba mais.

O objetivo dessa técnica é reduzir erros no trabalho, uma vez que ajuda a melhorar o desempenho em funções que exigem atenção(Reprodução: YouTube/AllAboutLean.com)

Funcionários usando luvas brancas em uniformes límpidos apontando em várias direções de forma inteligente e falando em voz alta (aparentemente para ninguém) enquanto os trens chegam e partem da estação. A bordo é quase o mesmo, com condutores executando quase todos os movimentos que parecem rituais, enquanto cuidam de uma série de mostradores, botões e telas.

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O Japão conta com um sistema ferroviário de reputação bem merecida por estar entre um dos melhores do mundo. Uma extensa rede de trilhos que movimenta cerca de 12 bilhões de passageiros a cada ano, com uma performance de pontualidade medida em segundos, torna a ferrovia japonesa uma maravilha de transporte preciso e altamente confiável.

(Reprodução: YouTube/AllanR)

Condutores de trens e funcionários da estação em geral executam um importante papel na segurança e eficiência de operações nas linhas, um aspecto chave do qual é a variedade de gestos físicos e chamadas vocais que eles executam enquanto assumem suas tarefas.

Enquanto isso não seja comum em outros países ou possa parecer bobagem, os movimentos e falas são um método de segurança japonês inovado conhecido como shisa kanko, ou em tradução livre (apontar e falar), sistema o qual reduz os erros nos locais de trabalho em até 85%.

(Reprodução: YouTube/AllAboutLean.com)

O apontar e falar trabalha no princípio de associar a tarefa de um indivíduo com movimentos físicos e vocalização para prevenir erros ao “aumentar o nível de conscientização dos trabalhadores”, de acordo com o Instituto Nacional de Segurança Ocupacional e Saúde do Japão.

Ao invés de depender dos olhos do funcionário ou o hábito por si só, cada etapa em determinada tarefa é reforçada fisicamente e audivelmente para garantir que o passo está completo e preciso.

Confira um vídeo:

No contexto ferroviário, quando os condutores de trem desejam executar uma exigida verificação de velocidade, eles não olham simplesmente em um visor. Ao invés disso, o indicador de velocidade será apontado fisicamente, com uma fala do tipo “verificação de velocidade, 80”, confirmando a ação que ocorre e confirmando audivelmente a velocidade correta.

(Reprodução: YouTube/AllAboutLean.com)

Para os funcionários que cuidam para que os trilhos próximos às plataformas estejam livres de qualquer objeto, ou até mesmo passageiros caídos, os olhos seguem a mão antes de declarar que está tudo liberado. O processo se repete quando o trem parte, garantindo que nenhuma bolsa, ou passageiro, fiquem presos nas portas dos vagões.

Isso é parte integral do transporte japonês que até quadros de direção no Museu Ferroviário de Quioto destacam figuras de pessoas na clássica posição de “apontar e falar”.

O sistema teve início para os setores ferroviários, mas agora é realizado em várias indústrias no Japão. Originalmente desenvolvido pelo agora extinto Departamento de Administração de Vias Férreas de Kobe no período Meiji (início do século 20), o apontar e falar é conhecido por reduzir em até 85% dos erros em locais de trabalho, de acordo com um estudo realizado em 1996.

Funcionário da Toyota fazendo uso do “Shisa Kanko” para atravessar a rua (Reprodução: YouTube/AllAboutLean.com)

Enquanto alguns funcionários apontam e falam de forma entusiasmada em relação a outros, mesmo aqueles que são mais indiferentes se beneficiam da maior conscientização que vem de reforçar fisicamente cada tarefa.

Para tal método simples, mas efetivo em melhorar a taxa de erro dos funcionários, o sistema continua a se encontrar amplamente confinado no Japão. De fato, essa é uma das peculiaridades do local de trabalho japonês que cai por terra aos trabalhadores ocidentais. No caso de apontar e falar, comentaristas japoneses teorizaram que funcionários ocidentais se sentem “bobos” ao executar os exigidos gestos e falas.

Metrô MTA de Nova York usa sistema modificado de somente apontar

Uma exceção notável é o sistema de metrô MTA de Nova York, cujos condutores têm usado um sistema modificado de somente apontar desde 1996, após o diretor executivo dos transportes, Nathaniel Ford, ter ficado fascinado pelo sistema de apontar e falar durante uma viagem ao Japão. No caso da MTA, os condutores apontam em direção a uma “faixa zebra” branca e preta fixada no alto para confirmar que um trem parado está corretamente localizado ao longo da plataforma.

Apesar da brincadeira, o vídeo abaixo mostra o trabalho dos condutores de trem da MTA, apontando para a faixa zebra:

De acordo com a porta-voz da MTA, Amanda Kwan, os condutores se adaptaram rapidamente ao novo sistema, e dentro de 2 anos de implementação, incidentes de posicionamentos incorretos de vagões do metrô tiveram uma queda de 57%.

Os funcionários japoneses também não estão imunes de se sentirem inseguros em relação ao apontar e falar, embora, com treinamento, a tarefa se torna logo aceita como parte do trabalho.

Um porta-voz da Tokyo Metro salientou que novos funcionários “reconhecem o ato do shisa kanko como necessário para a segurança das operações da ferrovia e, portanto, não ficam envergonhados em apontar e falar sozinhos”.

Fonte: Atlas Obscura
Imagens e vídeos: YouTube

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Empresa admite falha em pagar horas extras a quase 13 mil funcionários

Publicado em 3 de abril de 2017, em Sociedade

A empresa admitiu ter falhado em pagar parte das horas extras a cerca de 12.900 funcionários. Veja mais.

O valor médio de horas extras não pagas por pessoa é de cerca de ¥132.000 (imagem ilustrativa/Kansai Electric)

A Kansai Electric Power Co (KEPCO) admitiu na quinta-feira (30) que não pagou a 12.900 funcionários um total de ¥1.7 bilhões em horas extras por um período de 2 anos até o final do ano passado.

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A empresa com sede em Osaka descobriu o pagamento insuficiente para trabalho noturno enquanto investigava o suicídio de um funcionário, em abril do ano passado, causado por karoshi (excesso de trabalho). As investigações foram ordenadas por autoridades trabalhistas após o suicídio do trabalhador.

Os salário não pagos serão compensados simultaneamente com os honorários dos funcionários em abril. O valor médio de horas extras não pagas por pessoa é de cerca de ¥132.000. O valor não pago para 5 funcionários no escritório central excede 3 milhões cada.

Inspeção interna

A Kansai Electric conduziu uma inspeção interna, verificando as horas trabalhadas de todos os seus 22.400 funcionários, na sequência de investigações nas práticas de trabalho da instalação realizada por inspetores relacionados.

Em dezembro de 2016, o Escritório de Inspeção de Padrões de Trabalho de Tenma do Departamento do Trabalho de Osaka disse à Kansai Electric que ela não estava pagando parte das horas extras a 6 funcionários no escritório central da empresa e ordenou a compensação.

Em fevereiro deste ano, O Escritório de Inspeção dos Padrões de Trabalho de Nishi-Noda do Departamento do Trabalho de Osaka repreendeu a instalação por fazer 2 funcionários do Hospital da Kansai Electric Power a trabalhar horas extras que excederam o limite máximo mensal em casos excepcionais, que é de 200 horas por mês. O escritório de inspeção ordenou que a firma retificasse a situação.

Fonte: Asahi
Imagem: Kansai Electric

 

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