Os cães robôs alinhados em dezenas na quinta-feira (26) no Japão não eram exibição de uma feira tecnológica. Eles eram os estimados que partiam, sendo homenageados com seu próprio “funeral’ tradicional.
Em alguns aspectos, foi um funeral como qualquer outro no Japão, com fumaça de incenso se espalhando enquanto o sacerdote entoava o sutra, orando pela transição de paz das almas daqueles que partiam.
Contudo, os que partiam eram 114 das gerações antigas dos cães robôs AIBO da Sony, cada um com uma etiqueta para mostrar de onde eles vieram e a qual família pertenciam.
A empresa A FUN, que é especializada em consertar produtos vintage, já fez a despedida de cerca de 800 AIBOs dessa maneira em um templo budista secular.
Com a produção do AIBO interrompida, os proprietários de cães robôs antigos ou “mortos” geralmente os enviam à empresa, a única maneira que ela pode obter peças genuínas para usar em reparos.
Os cães extintos servem como o equivalente de doadores de órgãos para robôs com defeito, mas antes de serem colocados para uso, a empresa os homenageia com uma despedida tradicional.
A Sony lançou a primeira geração do AIBO em junho de 1999, com um lote inicial de três mil unidades se esgotando em somente 20 minutos, apesar do preço elevado de 250 mil ienes (mais de $2.000).
Nos anos seguintes, mais de 150 mil unidades foram vendidas, variando de versões metálicas àquelas com faces arredondadas.
Até 2006, no entanto, o negócio da Sony estava enfrentando problemas e o AIBO, um luxo caro e fútil, teve que ir.
A empresa manteve a AIBO Clinic aberta até março de 2014, mas então disse aos donos dedicados e amorosos que eles teriam que cuidar de seus cães por conta própria.
Donos desesperados tiveram que se voltar à A FUN, que tira partido de conhecimento de antigos engenheiros da Sony, para fazer reparos.
Em janeiro, a Sony lançou uma nova versão de seu cão robô AIBO, com inteligência artificial e conexão à internet, mas não retomou reparos de modelos antigos.
Fonte: Japan Today, AFP Imagem: AFP, Wikimedia