
Juliana Oshika obteve autorização de residência e também o seu irmão, residentes em Nagano (Chiba Nippo)
Dois irmãos, cujo pai brasileiro faleceu e a mãe tailandesa não tem visto, estavam vivendo o drama da deportação ou da detenção pela Imigração, e lutavam para obter a autorização de residência no Japão, pois se criaram no país.
Juliana Oshika, 18, estudante colegial, e seu irmão, estudante do ginásio, 15 anos, são filhos de brasileiro e de tailandesa, residentes na província de Nagano. O pai tinha visto de permanência mas faleceu em janeiro do ano passado por causa de uma doença e a mãe, agora com 50 anos, não tinha visto. O pai era sansei e quando eles nasceram chegaram a receber residência, mas não prosseguiu com as formalidades por medo que a mãe deles fosse detida pela Imigração. Por isso, a família viveu sempre na corda bamba, enquanto eles prosseguiam seus estudos com o karihomen ou liberdade provisória, com ajuda de diversas pessoas que os apoiavam.
Em agosto do ano passado, o governo anunciou que concederia permissão a essas crianças se preenchessem determinadas condições, mas em princípio não eram elegíveis porque a mãe teria entrado ilegalmente no país.
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Mas isso abriu uma porta de esperança, rumo aos sonhos.
Em maio do ano passado, os dois apresentaram uma petição solicitando permissão especial à sucursal dos Serviços de Imigração de Tóquio. Namio Takeuchi, 71, escrivão administrativo da cidade de Ueda (Nagano), que apoia a causa, apresentou um parecer por escrito e, a pedido do gabinete, também apresentou um documento resumindo o estado dos apoiadores. Takeuchi apelou, dizendo: “Os pais são os culpados, mas os filhos não”.
Assim, os irmãos, com a ajuda do escrivão, obtiveram a autorização de permanência no final de dezembro do ano passado, anunciaram no sábado (16). Isso lhes permite permanecer no país por um período excepcional, a critério do Ministro da Justiça.
“Quero realizar meus sonhos no Japão”, comemorou Juliana, que começará a estudar em abril para se tornar hoikushi ou profissional da puericultura. Ela precisava dessa autorização de residência para prosseguir nos seus estudos. Em um canal do YouTube ela agradeceu o suporte que a família veio recebendo para se manter no Japão e comemorou essa vitória.
Fontes: Mainichi e Chiba Nippo







