Soube-se que uma ladra, ex-funcionária do megabanco – Banco Mitsubishi UFJ – subtraiu durante 4 anos e meio uma soma bilionária, de dinheiro em espécie e em bens dos clientes, dos cofres alugados da agência onde trabalhava. Esse foi o escândalo sem precedentes que tomou as páginas da imprensa japonesa na semana anterior.
Não foi revelada a soma total, apenas a informação de que foi mais de uma dezena de bilhões de ienes. Ela, a então bancária de carreira, usava as chaves reserva que pertenciam aos clientes, em duas agências – Nerima e Tamagawa – ambas em Tóquio.
Essa bancária ladra foi demitida no mês passado mas ainda não foi presa e a imprensa questiona o motivo de estar livre.
Embora o banco não tenha divulgado o método específico até o momento, domingo (15), soube-se que usou as chaves reserva, pois uma fica no banco e a outra é entregue ao cliente.
O Banco Mitsubishi UFJ, citando deficiências nos seus métodos de gestão de chaves e nas medidas para prevenir fraudes, planeja rever as suas operações para que essas de reserva sejam geridas centralmente na sede e não em cada agência. Deverá haver um pronunciamento em breve sobre o assunto, afinal é um assunto que abala a confiança desse megabanco.
Sabe-se que o número de vítimas é de aproximadamente 60 clientes.
Ladra vai pagar a conta ou é o banco?
A ex-bancária cometeu os furtos enquanto funcionária, de itens dos cofres sob a responsabilidade dele. Portanto, perante os clientes prejudicados, o Banco Mitsubishi UFJ é o responsável pela compensação.
Se a ladra, ex-funcionária, não devolver o dinheiro e os bens furtados, deverá ser a instituição a assumir o compromisso dessa devolução, ainda que a processe por danos.
Esse incidente que veio à tona colocou em xeque o sistema de gestão dos cofres. A segurança, a proteção e a confiança, que são os alicerces das operações bancárias, foram seriamente abaladas. Para recuperar a confiança dos clientes, são necessárias medidas altamente transparentes e esforços a longo prazo para restaurar a confiança.
O que a ex-bancária “roubou” pode ter sido exatamente aquilo que o setor bancário mais valoriza: a confiança.
Parece que a ladra manifesta a intenção de continuar respondendo à investigação do banco.
Por que havia dinheiro em espécie nesses cofres?
Considerando que havia dinheiro em espécie nesses cofres alugados, qual é a soma em todos os bancos do país? Essa é uma pergunta que levanta um questionamento do motivo, pois é um problema que não pode ser escondido. Pode ser para evasão fiscal, já que o dinheiro em si pode e deve ser depositado em uma conta e não escondido em um cofre alugado.
A Agência de Serviços Financeiros está solicitando um relatório ao Banco Mitsubishi UFJ com base no Artigo 24 da Lei Bancária.
Agora que foi descoberto que grandes quantias de dinheiro foram depositadas em alguns cofres, o governo pode considerar lançar uma investigação sobre a utilização real de cofres em instituições financeiras em todo o país que operam cofres. As autoridades fiscais provavelmente adotarão uma abordagem mais rigorosa em relação aos cofres.
Este incidente com os cofres traz à luz uma variedade de questões e problemas. Pode-se dizer que o que a ex-funcionária do Banco Mitsubishi UFJ abriu foi a caixa de Pandora.
Fontes: NHK, Toyo Keizai e Gendai