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Outro anúncio de Trump sacode os mercados e volta o temor de abalo na economia global, pois as tarifas sobre a China somam 145%.
Bandeiras dos Estados Unidos e da China (NHK)
O tarifaço de Trump sobre a China, anunciado em 125% na quarta-feira (9), é de 145% na soma das tarifas combinadas, esclareceu a Casa Branca, na quinta-feira (10), horário local e madrugada de sexta-feira (11) no Japão. Acontece que já existia uma tarifa de 20% aos países que produzem o medicamento fentanil.
“A China vem se aproveitando de nós há muitos anos”, disse Trump a repórteres, acrescentando: “Espero que essa negociação com a China corra bem. Acho que, no final das contas, será muito bom para ambos os países.”
Pequim, intensificando sua oposição a essa postura americana, impôs uma tarifa adicional de 84% sobre as importações americanas por volta das 13h de quinta-feira, no horário de Tóquio, e continua se preparando para uma guerra comercial, o que pode abalar a economia global.
“Não há país que tenha abusado e enganado mais os Estados Unidos do que a China. O presidente Trump está impedindo isso e colocando a América em primeiro lugar”, esclareceu a secretária de imprensa Karoline Leavitt.
Por outro lado, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, afirma que há ofertas de acordos comerciais de 15 países. Enquanto isso, conforme anúncio do dia anterior, Trump suspendeu o tarifaço por 90 dias, nivelando em 10% para todos os países da sua lista.
Trump sabia que o tarifaço poderia causar uma recessão, mas seu medo de uma depressão precedeu sua decisão de suspender a implementação das tarifas por 90 dias, informou o Wall Street Journal.
Em meio a isso, as bolsas que haviam se recuperado na quarta-feira, voltaram a operar com um certo medo, causando queda na quinta-feira.
O índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova Iorque caiu mais 2,1 mil pontos em relação ao dia anterior, fechando o dia com recuo de 2,5%, reacendendo as preocupações nos mercados em relação a essa guerra comercial entre os dois países.
O índice S&P 500, onde estão listadas as maiores empresas americanas, teve um recuo de 3,46%, marcando um dia de vendas.
Obviamente, essas quedas repercutiram nas criptomoedas e quase todas as maiores, incluindo Bitcoin, estão em vermelho, com quedas variáveis.
À esq. criptomoedas em queda (Crypto Bubbles) e à dir. S&P 500 na quinta-feira (FinViz)
Pequim já anunciou que planeja reduzir o número de filmes que importa dos Estados Unidos. “O uso equivocado de tarifas contra a China pelo governo americano inevitavelmente levará a um declínio na aceitação dos filmes americanos pelo público chinês”, disse o porta-voz.
Além disso, o Ministério da Cultura e Turismo da China emitiu um alerta aos turistas do país, pedindo que pensem com cuidado antes de viajar para os Estados Unidos devido à deterioração das relações econômicas e comerciais. Assim, o impacto dessa guerra comercial está se estendendo para as trocas culturais e interpessoais.
Foto ilustrativa de contêiners prontos para embarque (PM)
O governador de Maryland, Wess Moore, candidato à liderança da próxima geração do Partido Democrata, critica a política tarifária de Trump.
“O que estamos vendo agora são preços mais altos para tudo. Todos estão pagando mais por itens do dia a dia, como eletrônicos, alimentos e roupas. Isso está impactando diretamente as pessoas em todo o nosso estado, seja um agricultor que possui uma fazenda há mais de 100 anos ou um estivador que trabalha no Porto de Baltimore.”
O governador Moore também comentou sobre as empresas japonesas sediadas no estado, dizendo: “Seja a Hitachi ou a Terumo, elas estão apenas tentando descobrir o que o futuro reserva”, indicando seu reconhecimento de que estão ansiosas com a situação incerta.
Em seguida, criticou a série de respostas do governo Trump em relação às tarifas, dizendo: “Os governos, assim como os CEOs de empresas privadas, querem estabilidade e previsibilidade. Eles precisam lembrar que a volatilidade não produzirá os resultados de longo prazo que esperam.”
Fontes: NHK, BBC e CNBC
