
Ex-presidente (©ABR; Valter Campanato/Agência Brasil)
O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, 75 anos, também ex-senador, foi preso na manhã de sexta-feira (25) em Maceió, capital de Alagoas, no horário de Brasília. Segundo sua defesa, a prisão ocorreu às 4h, quando o político se deslocava para Brasília para o cumprimento espontâneo do mandado de prisão.
O ex-presidente foi encaminhado para a Superintendência da Polícia Federal em Alagoas. Na tarde de sexta-feira foi transferido para o presídio Baldomero Cavalcante de Oliveira, também em Alagoas.
A prisão do ex-presidente foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após negar recurso da defesa para rever uma condenação, de 2023, a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Uma sessão virtual foi realizada pelo STF, para referendar a decisão de Moraes, das 11h às 23h59 na sexta-feira.
Collor teria recebido 20 milhões de reais
Collor foi condenado em maio de 2023 a 4 anos e 4 meses pelo crime de corrupção passiva e a 4 anos e 6 meses por lavagem de dinheiro. A acusação de associação criminosa prescreveu porque Collor tem mais de 70 anos.
No julgamento, que durou sete sessões, o STF considerou que Collor, como dirigente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi responsável pelas indicações políticas para a BR Distribuidora, então estatal subsidiária da Petrobras, e teria recebido R$ 20 milhões em vantagens indevidas em contratos da empresa, entre 2010 e 2014.
Em novembro do ano passado, o STF manteve a condenação, depois de rejeitar os recursos da defesa.
Na última quinta-feira (24), Moraes rejeitou um segundo recurso da defesa, por considerá-lo meramente protelatório, e determinou a prisão imediata do ex-presidente.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta sexta-feira (25) o julgamento sobre o referendo da decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou a prisão do ex-presidente.
Plano Collor confiscou contas bancárias, lembra disso?

Inesquecível pelo Plano Brasil Novo, deixando milhões de famílias sem dinheiro (© Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Vale lembrar que Collor foi presidente entre 15 de março de 1990 a 29 de dezembro de 1992, quando renunciou enquanto respondia a um processo de impeachment aprovado pelo Senado Federal.
Na época, o ex-presidente causou um choque à população brasileira, quando confiscou os depósitos bancários com valores acima de 50 mil cruzeiros, em nome do combate à hiperinflação, chamado de Plano Brasil Novo, mas popularmente conhecido como Plano Collor.
Foi há 35 anos, portanto, a nova geração desconhece o fato de que, de um dia para outro, milhares de famílias brasileiras ficaram absolutamente sem dinheiro. Foi um dos motivos que muitos nikkeis decidiram imigrar para o Japão e milhares de pessoas foram buscar refazer suas vidas em outros países.
Com a prisão desse ex-presidente, muitas pessoas comentaram nas redes sociais “finalmente”, “nunca vou me esquecer o que meus pais passaram”, “justiça seja feita” e assim por diante, manifestando suas dores.
Terceiro ex-presidente preso
Collor é o terceiro preso depois que o Brasil retomou a democracia. Antes, foram Luis Inácio Lula da Silva, igualmente por corrupção e lavagem de dinheiro, depois, o segundo foi Michel Temer, investigado pelas obras da usina nuclear de Angra.
Fonte: Agência Brasil