Desde meados da década de 1980, brasileiros descendentes de japoneses, realizam o movimento imigratório Brasil/Japão, por inúmeros motivos tais como: a diferença socioeconômica entre os países, o critério segurança, o desemprego, os baixos salários no Brasil e até mesmo uma curiosidade ou necessidade de experienciar a vida no país de origem dos seus ascendentes.
O trabalho exerce um papel de destaque na vida das pessoas, ele fala muito sobre o que somos. Para muitos é a via de alcance de sonhos e objetivos. É uma atividade que ocupa grande parte do tempo na vida das pessoas em sociedade. Podemos notar que frente ao cenário econômico atual, o trabalho passou a ser muito mais uma fonte de subsistência do que de criação ou transformação. Muito mais uma necessidade do que uma forma de realização pessoal.
Pessoas em todo o mundo passaram a buscar cada vez mais ajuda na clínica psicológica, inclusive os brasileiros que trabalham no Japão, apresentando como queixa sintomas de esgotamento físico e emocional associados a condições do trabalho, sugerindo assim um possível quadro de burnout.
O termo burnout é utilizado no jargão popular inglês para significar aquilo que deixou de funcionar por total falta de energia. Herbert J. Freudenberger (médico, psicólogo e psicanalista) foi o primeiro a utilizar esse termo, em 1974 no seu artigo Staff Burn-out, alertando a comunidade científica acerca dos problemas a que profissionais da saúde estariam expostos em decorrência de seu trabalho. Interesse que surgiu a partir da percepção de sintomas de esgotamento profissional dele mesmo e da sua equipe no trabalho intenso e de poucos resultados alcançados com dependentes químicos.
A síndrome de burnout ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico que consiste em tensão emocional e estresse crônico resultantes de um trabalho intenso, onde o trabalhador prioriza as necessidades de outras pessoas e acaba por negligenciar as suas próprias.
O sujeito inicia suas atividades em uma empresa repleto de esperanças, dedicação e engajamento, esse mesmo sujeito vai perdendo o entusiasmo e começam a surgir alguns sintomas, mas vejam, segundo Carlotto; Gobbi, 1999, esse tempo é diferente para cada um, pode ser de anos ou até mesmo décadas. Assim, podemos entender que o burnout é uma resposta individual relacionada diretamente ao ambiente de trabalho, não se dá imediatamente, ele ocorre de forma gradual, manifestando-se através de vários sinais na condição física e psicológica.
Sintomas Físicos
A exaustão é a característica mais marcante no quadro de esgotamento profissional, soma-se ao cansaço físico e mental, dores musculares, insônia, trato gástrico alterado ocasionando possível desregulação a nível de neurotransmissores e batimentos cardíacos acelerados com elevação da pressão arterial e sudorese.
Sintomas Psicológicos
A saúde mental fica bastante comprometida, o sujeito tem as suas atividades rotineiras afetadas, tendência ao isolamento, diminuição da autoestima, sentimento de incapacidade e resposta cognitiva alterada, além da dificuldade de concentração, irritabilidade e oscilação de humor.
A vida de trabalho no Japão está longe de ser a ideal, não é mesmo? Muita exigência, pressão, controle, certos ambientes de trabalho com condições insalubres, muitas horas de trabalho e muito poucas horas de sono.
Como pensar em saúde e bem-estar quando ambos são afetados pelo excesso de atividades laborais e metas produtivas tão altas?
O tratamento e a prevenção para a síndrome de burnout podem ser realizados com a ajuda psicológica ou em parceria com o médico quando a medicação se faz necessária. O profissional da psicologia é capaz de identificar os sintomas e os possíveis gatilhos emocionais que resultam nesse quadro. Profissional e paciente poderão caminhar juntos na criação de estratégias de alívio das cargas emocionais envolvidas, na capacitação da leitura dos ambientes estressores e como lidar melhor com eles, no emprego de estratégias de relaxamento e no autoconhecimento necessário para o fortalecimento do eu e um melhor posicionamento diante do mundo e do outro.
Não se deixe para depois, ao perceber que algo não está bem busque ajuda psicológica ou médica.
Boas reflexões!
Eliana Nonaka (toque para conectar no Facebook) ou (toque para conectar no Whatsapp).
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