O documentário intitulado CEO em Fuga: a História de Carlos Ghosn, lançado pela Netflix no final do mês de outubro, teve ampla repercussão, tanto no Brasil quanto no Japão, onde foi preso e condenado.
O título em japonês é 逃亡者 カルロス・ゴーン 数奇な人生, o que poderia ser traduzido literalmente como O Fugitivo Carlos Ghosn – Vida Desafortunada.
O filme mostra o auge do carismático Carlos Ghosn, de tripla cidadania, no Japão, respeitadíssimo e até quase que idolatrado por ter salvado as montadoras Mitsubishi e Nissan.
No entanto, sua vida dá uma guinada quando é CEO da Nissan e Renault e preso subitamente em 19 de novembro de 2018, como suspeito de ganhos indevidos pelo uso dos ativos das montadoras.
De suspeito a acusado, teve que se sentar no banco do réu em Tóquio e, embora ele e o advogado insistissem na inocência, a Promotoria apresentou um monte de provas de incriminação.
Isso levantou a polêmica de que um réu no Japão tem a possibilidade de 99% de condenação. Com o lançamento desse documentário, o público brasileiro comentou muito por causa de uma de suas cidadanias, já que nasceu no norte do país.
O réu Carlos Ghosn conseguiu fazer uma fuga histórica, com a ajuda de um americano – Michael Taylor – e seu filho Peter como cúmplice. Taylor o colocou em uma caixa de instrumento musical e conseguiu embarcá-la em um jato particular para a fuga pelo KIX, o aeroporto de Kansai, às vésperas do Revéillon, em 29 de dezembro de 2019.
A fuga impressionante arquitetada por Carlos Ghosn
Do KIX passou pela Turquia e depois foi para o Líbano, um dos países onde viveu e onde a sua esposa o esperava.
Mais tarde, alegou que fugiu do Japão porque jamais conseguiria provar sua inocência. Preferiu continuar sendo fugitivo, pois continua com ordem de prisão internacional pelo Japão, pois é um réu com o julgamento interrompido.
Junto com ele, mais um diretor foi preso, o americano Gregg Kelly, e seu julgamento terminou em março deste ano. No entanto, nenhum membro japonês da diretoria da Nissan foi preso, embora tenham sido realizadas investigações na época.
Reações ao documentário
Um dos internautas japoneses comentou sob o trailer da Netflix no YouTube: “Bem, é uma boa oportunidade para aprender sobre o sistema maluco da justiça japonesa de reféns”. Outro escreveu que “com certeza, é uma vida impressionante”.
No Twitter, a maioria dos comentários é em inglês e francês, e os internautas apontaram que se trata de um bom documentário, enquanto os jovens japoneses acham incrível como ele conseguiu dar um baile na justiça japonesa.
Caso ainda não tenha assistido ao documentário de 95 minutos, está disponível em inglês, japonês, francês e português.
Fonte: divulgação