A Coreia do Norte pode estar por trás de ciberataques internacionais que levaram a massivos roubos a bancos. A suspeita gerou preocupação de que a prática pode se tornar uma nova fonte de fundos para os programas nucleares e de mísseis do país.
Pesquisas realizadas por empresas de segurança dos Estados Unidos e da Rússia, incluindo a Symantec, lançaram luz sobre o assunto.
A Symantec disse à NHK que hackers norte-coreanos podem ter lançado ataques a bancos e a outras instituições financeiras entre os anos de 2015 e 2017 em mais de 30 países, incluindo Bangladesh e Vietnã, resultando no roubo de uma enorme quantidade de dinheiro.
No banco central de Bangladesh, vírus de computador foi enviado a um funcionário e se espalhou por todo o sistema. Ordens de transferência para uma conta estrangeira foram emitidas, resultando no envio de 81 milhões de dólares às Filipinas. Acredita-se que os hackers embolsaram parte do dinheiro.
Análises revelaram evidências de que hackers usaram uma base de código idêntica para o vírus usado para invadir os computadores da Sony Pictures Entertainment em 2014. O FBI sugeriu que a Coreia do Norte estava por trás da invasão à unidade de produção e distribuição de filmes da multinacional japonesa.
O mesmo código teria sido usado para lançar um ciberataque contra um banco no Vietnã, resultando em danos no valor de 1 milhão de dólares.
O especialista de segurança da Symantec, Jeff Greene, falou no Senado de Segurança Interna e no Comitê de Assuntos do Governo na quarta-feira (10). Ele alertou que cibercrimes tendo como alvo os bancos já haviam sido realizados por indivíduos, mas disse que os recentes ciberataques da Coreia do Norte foram cometidos pelo estado pela primeira vez.
Um ex-agente da Casa Branca, responsável pela cibersegurança, disse à NHK que a Coreia do Norte vê os ataques como uma maneira viável de obter fundos.
Fonte e imagem: NHK